Doença mortal foi identificada pela primeira vez nas Américas
Uma nova preocupação começou a rondar os produtores de suínos no Brasil. No início do mês, foram identificados os primeiros casos de febre suína africana, doença mortal para porcos, no continente americano. O alerta foi dado pela República Dominicana, onde centenas de animais apresentaram o vírus causador da doença, que faz parte da família Asfarviridae. Desde então, diversos mecanismos de prevenção foram reforçados, entre eles uma fiscalização mais rígida em portos e aeroportos.
Identificado originalmente na África, há cem anos, o vírus provoca febre alta e hemorragias que acabam levando à morte de suínos e javalis. Importante: a doença não atinge seres humanos. Os animais sobrevivem até dez dias. Ainda não há cura ou vacinas para a peste. Como o vírus é bastante contagioso, qualquer caso comprovado acende o alerta máximo.
Em 2018, um surto da febre suína africana na China dizimou metade do rebanho de suínos do país, o maior do mundo, desequilibrando o mercado global de carnes. A China ainda procura refazer seu plantel. O vírus acabou se espalhando por outros países e contaminou criadouros na Europa.
“Todo o continente americano está sob alerta. Agora, com a peste próxima da gente, temos que triplicar os cuidados para não deixar essa doença chegar”, diz Santin. “É provável que o vírus tenha chegado à República Dominicana por navio ou avião, pois o país é um grande destino de turismo internacional. Alguém pode ter entrado com um produto infectado”.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína. Em 2020, foram produzidas 4,436 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 11,4% em relação a 2019. Cerca de 1 milhão de toneladas foram exportados. Nos primeiros quatro meses do ano, a produção aumentou 25,3% em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 351,8 mil toneladas, segundo a ABPA. Este ano, a expectativa é que as exportações aumentem pelo menos 5% em relação a 2020.
“É importante lembrar que o Brasil todas as carnes são produzidas sob supervisão do Ministério da Agricultura e têm muita saúde sanitária”, diz Santin. “Por isso, é muito difícil que uma doença como a peste suína infecte nosso plantel, mas mesmo assim estamos tomando uma série de providências para evitar que isso aconteça”.