Na última quarta-feira (7), dois dias depois de divulgado o Relatório anual OCDE/FAO sobre as perspectivas de produção da agropecuária mundial na corrente década (2021/2030), o Ministério da Agricultura (MAPA), divulgou estudo, também anual, apresentando, ainda que parcialmente, suas Projeções do Agronegócio brasileiro para a safra 2030/31.
Pelas projeções do MAPA, em 2031 o Brasil deverá estar produzindo cerca de 34 milhões de toneladas das carnes de frango, bovina e suína, com representatividade de, respectivamente, 55%, 29% e 16%do volume total
O volume total previsto é quase um quarto superior ao estimado para 2021. Mas o maior aumento (superior a 27%) pode ocorrer com a carne de frango. Para as carnes bovina e suína são previstos aumentos de 17% e 26%, respectivamente.
As exportações tendem a crescer em níveis mais elevados que a produção. E o previsto é um incremento de 30%, neste caso a carne suína apresentando expansão acima da média, com quase 34% de aumento. Para as carnes de frango e bovina são previstos aumentos entre 28% e 30%. Com eles, o volume total exportado ultrapassará os 10 milhões de toneladas.
A partir de tais projeções conclui-se que a disponibilidade interna de carnes em 2031 estará próxima dos 24 milhões de toneladas, aumentando perto de 22% em comparação ao que vem sendo previsto para 2021.
Nesse volume, a participação da carne de frango deve aumentar quase 5%, chegando a cerca de 57% do total (13,5 milhões de toneladas), enquanto a participação da carne suína aumenta pouco mais de 1% e chega a 17% do total (4,032 milhões de toneladas). Ou seja: a carne bovina continua perdendo participação (quase 10% a menos que em 2021) e, com perto de 6,150 milhões de toneladas, deve corresponder a pouco mais de um quarto da disponibilidade interna das três carnes.
Em suas Projeções, o MAPA chama a atenção para o fato de que as três carnes continuam tendo internamente seu maior mercado. Assim, a disponibilidade interna de carne de frango deve corresponder a 72% do total do produto, a de carne bovina a 63% e a de carne suína a 74% da produção total.
Mesmo assim, comparativamente a outros países grandes produtores, observa-se que o Brasil tem maior dependência do mercado externo. Pelo Relatório OCDE/FAO divulgado na semana passada, EUA e União Europeia absorvem em torno de 90% da produção total de carnes, enquanto a China consome 100% de sua produção, mesmo assim complementando o abastecimento interno com importações.
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