Santa Catarina atingiu um recorde histórico para o Estado em 2020 ao ampliar em 35% o faturamento com as exportações de carne suína. Ao todo, a arrecadação com as vendas das 523,3 mil toneladas da proteína no mercado externo atingiu US$ 1,2 bilhão, e representou 52% do total da carne suína exportada pelo país no ano. Os números são do Ministério da Economia.
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio de Lorenzi, o mercado esperava um aumento em 2020, principalmente devido aos efeitos da Peste Suína Africana (PSA) na China e outros países asiáticos, mas o recorde atingido pelo Estado superou as expectativas.
Para 2021, segundo Lorenzi, a China deve seguir como um destino promissor para a carne suína brasileira, apesar do trabalho de recomposição dos planteis chineses dizimados pela PSA desde meados de 2018.
“O que nos preocupa não é a recomposição dos rebanhos, que devem demorar ainda mais de um ano para atingir uma produção de carne que seja suficiente. Estamos atentos ao relacionamento entre China e Estados Unidos, agora com a eleição de Joe Biden. A China já cumprimentou o novo presidente, e precisamos aguardar como será o andamento das relações comerciais entre ambos”, disse.
Lorenzi explica que caso o gigante asiático passe a importar mais carne suína americana, isso deve impactar nas exportações brasileiras e, consequentemente, uma queda de preços no mercado interno. Outro cenário seria a China aumentar as aquisições de grãos dos Estados Unidos e diminuir os volumes comprados no Brasil, o que reduziria os custos de produção de proteína animal brasileira.
Falando em custos de perodução, o presidente da ACCS explica que, apesar de estar “quase empatando” com o preço pago pelo suíno vivo, a atividade em Santa Catarina ainda garante certa rentabilidade ao suinocultor. Entretanto, é preciso melhorar a produtividade, ou seja, produzir mais suínos com menos alimentação, melhorando resultados zootécnicos.