Além do áudio, o ministro Tarcísio de Freitas publicou um vídeo confirmando a veracidade da mensagem enviada Bolsonaro e endossou o apelo pelo fim das paralisações
Na madrugada desta quinta-feira, 8, o Ministério da Infraestrutura informou que “pontos de retenção na região norte de Santa Catarina, onde a mobilização ameaçou condições de abastecimento, já estão liberados”.
Os bloqueios começaram no dia em que Jair Bolsonaro discursou em manifestações em Brasília e São Paulo, onde criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu a volta do voto impresso.
Lideranças da categoria afirmaram que têm relação com os protestos que estão acontecendo, e que parte das paralisações é organizada por grupos que apoiam o atual governo. “Não estamos apoiando. As pautas não têm relação nenhuma com que os caminhoneiros realmente precisam. É uma ação popular, vai quem quiser. Está tudo bagunçado, não sabemos quem está nas ruas. Não é uma movimentação pacífica”, afirmou Plinío Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC).
Justiça
Na noite desta quarta-feira, começaram a circular imagens nas redes sociais de filas em postos de gasolina em Santa Catarina, estado com maior número de paralisações e que começou os bloqueios ainda na madrugada de terça-feira.
Com medo do desabastecimento, provocado pela última grande greve, em maio de 2018, moradores do estado correram para os postos de combustíveis. Segundo um levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), ao menos 33 postos estavam sem combustíveis no estado.
Na tarde de ontem, a entidade entrou com pedido de liminar na Justiça para tentar escolta policial até os postos de combustíveis.
Esse não foi o único pedido. Ontem, a Justiça Federal publicou duas decisões contra os bloqueios realizados por grupos de caminhoneiros em Santa Catarina.
Em uma das decisões, a juíza federal Ana Lidia Silva Mello Monteiro determina o fim de bloqueios nos trechos da BR-101 entre Paulo Lopes e a divisa com o Grande do Sul. O pedido é da Concessionária Catarinense de Rodovias, que administra o trecho. A segunda decisão impõe a permissão para a passagem dos caminhões da BRF na BR-116.
Nos dois casos, a Justiça determinou que o fim dos bloqueios é de responsabilidade da PRF e fixou multa diária para cada caminhão retido, em caso de descumprimento.