Falta de contêineres para a exportação de carne, café e algodão encarece frete e aumenta custos do agro
A reabertura dos mercados e o reaquecimento da economia vêm causando um problema logístico que afeta as importações e exportações de diversos países. Faltam contêineres para a entrega de diversos produtos por navios.
Durante a pandemia, grandes mercados como China e EUA reduziram sensivelmente o ritmo de produção e consumo, mas agora eles demandam boa parte dos contêineres disponíveis.
Os contêineres são propriedades dos armadores, como são chamados os proprietários dos navios. Com o aumento da demanda, eles preferem destinar os equipamentos a quem puder pagar mais pelos fretes ou então a produtos industrializados, de maior valor agregado.
Países fornecedores de matérias-primas, como o Brasil, têm que esperar para conseguir embarcar seus produtos.
A falta de contêineres tem como efeito imediato a alta nos custos para produtores que exportam. Sem ter como embarcar seus produtos, eles precisam arcar com despesas de logística e armazenamento até finalmente conseguirem escoar a produção.
No agro, os itens mais afetados são as carnes bovina, de aves, café, algodão e fumo, que dependem de contêineres. Os fretes na rota Brasil-China aumentaram 625% entre o início da pandemia e hoje. A falta de contêineres não é o único fator causador do aumento, mas é um deles.
De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), antes da pandemia o preço do aluguel de um contêiner na rota China-Brasil era de US$ 2.000. Agora custa US$ 14,5 mil.
Na outra ponta, o aumento do frete pode elevar os preços para o consumidor dos países importadores. Altas expressivas nos fretes marítimos do comércio internacional podem implicar uma inflação de preços mundial.