As novas unidades vão duplicar a capacidade de importações das empresas de genética
Nesta quinta-feira (04), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e a Associação das Empresas Brasileiras de Genética de Suínos (ABEGS) realizaram a inauguração dos novos galpões de alojamento de reprodutores de suínos na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), na qual contou com a participação do secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, José Guilherme Leal. As novas unidades vão duplicar a capacidade de importações que as empresas podem fazer durante o ano para manter a atualização genética do rebanho nacional, além de reforçar a proteção sanitária do plantel.
Localizada no município de Cananéia, que é formado por várias ilhas no litoral de São Paulo, a região apresenta condições estratégicas de isolamento, na qual reduz o risco de disseminação de patógenos, e assim resguarda o rebanho nacional, evitando a entrada de doenças exóticas de alto impacto ao país. A EQC pertence ao MAPA sob a gestão do Serviço Veterinário Oficial (SVO), sendo que a área de suínos reprodutores importados é de responsabilidade do MAPA, com apoio da ABEGS e ABCS.
Na sua fala de abertura, o secretário explicou que a EQC zela pela sanidade do rebanho suídeo brasileiro, e assim visa eliminar o risco de entrada de doenças que possam ser veiculadas por meio dos reprodutores importados. “A cerimônia hoje é considerada mais um capítulo importante na biosseguridade de suínos no Brasil, um investimento que está sendo reforçado com essa ampliação importantíssima e um motivo de realização para a suinocultura brasileira, pois estamos construindo passos para continuar o crescimento da nossa produção.”
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, lembra que as obras inauguradas no evento são frutos de uma parceria público privada, que teve início em 2015, com assinatura do Protocolo de Intenções e reforça que em dezembro de 2020, junto a Ministra foi assinado o acordo de cooperação técnica número 73, no qual previa a ampliação da EQC. “Em 2019/2020, verificou-se a necessidade de ampliação da EQC, devido ao aumento do número de empresas de genética e das importações dos reprodutores, assegurando junto às empresas a manutenção das importações para atualização genética e manutenção da competitividade do plantel brasileiro perante ao mercado mundial.”
Atualmente a EQC tem capacidade para mil animais e com a inauguração dos galpões esse número quase dobra, passando para 1800 suínos. Para gerar as melhorias, o investimento foi custeado pela ABEGS em parceria com o Mapa e a ABCS. A ABEGS representa atualmente 90% das empresas de genética de suínos atuantes no Brasil e é por isso que é uma das grandes responsáveis pelas obras inauguradas hoje aqui no Brasil, uma parceria que modernizou e ampliou a nossa porta de conexão com o que há de melhor na genética suína mundial, duplicando a capacidade instalada da EQC e incrementando a sua estrutura operacional para atender o horizonte de expansão previsto para o setor, o acordo de cooperação técnica firmado entre essas três entidades tem o estratégico papel de fortalecer a qualidade genética da suinocultura brasileira e reforçar o seu conceito de excelência sanitária para todo o mundo.”
Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, e Presidente da ABEGS, Alexandre Rosa, visitam os galpões
Melhorias rotineiras na EQC
A diretora técnica da ABCS explicou que as obras vieram em um momento oportuno, devido a demanda de importação por parte das empresas de genéticas, que atualmente extrapola a capacidade de alojamento nos sítios existentes na EQC e por isso precisa-se de mais infraestrutura de alojamento (novos sítios) para poder atender o maior número de grupos de reprodutores suínos importados. “Sem dúvida, o Brasil tem uma condição diferenciada com a sanidade do rebanho, sendo a operacionalização da EQC fundamental para a manutenção e avanço em biosseguridade nacional”, disse Ludtke. A diretora explicou ainda que hoje a EQC pode receber até 12 importações por ano, que são realizadas pelas empresas de genética. “Os grupos de animais importados permanecem em quarentena em seu respectivo sítio isolado, por pelo menos 30 dias, assim e com a ampliação, os novos galpões poderão dobrar o número de importações.”
Além de dobrar a capacidade de importação de animais de alto valor genético, as novas unidades reforçam ainda mais a segurança e o controle na importação de suínos vivos para fins de reprodução. Com foco total em biosseguridade, os novos sítios construídos contam, por exemplo, com modernos filtros de ar que reduzem os riscos de veiculação de patógenos. Para o diretor-executivo da ABEGS, Nevton Brun, todos os novos processos empregados visam não apenas ampliar a segurança do plantel nacional como ajudar a preservar o status sanitário da suinocultura brasileira.
Autoridades presentes
Autoridades como o prefeito de Cananéia, representantes de empresas de genética e lideranças da suinocultura das afiliadas da ABCS estiveram presentes no evento de lançamento. Na oportunidade, todos fizeram um mini tour pelos novos galpões, no qual puderam ver e entender melhor como funciona o dia a dia da EQC.