Aval foi anunciado quatro meses após o surpreendente movimento da empresa de Marcos Molina, que adquiriu 31,67% dos papéis da dona da Sadia
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu no fim da tarde de ontem (23/9) parecer aprovando a aquisição das ações da BRF pela Marfrig. O aval, aguardado com grande expectativa, saiu quatro meses após o surpreendente movimento da empresa de Marcos Molina, que comprou 31,67% das ações da BRF no mercado em menos de um mês, entre maio e junho. A Marfrig já declarou que pretende ser um investidor passivo na BRF.
Pelos trâmites usuais, a aprovação da superintendência do Cade será publicada no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer entre hoje e segunda-feira. Após a publicação, os conselheiros do órgão antitruste ainda terão 15 dias para avocar o caso para o plenário, se for o caso.
De qualquer modo, a superintendência geral aprovou a operação sem restrições, o que já era esperado tendo em vista as características das duas empresas: a Marfrig não produz carnes de frango e suína e seus derivados e a dona da Sadia, por sua vez, não produz carne bovina.
Na tramitação do caso no Cade, os maiores questionamentos foram sobre o mercado de hambúrguer. No varejo, a participação das marcas da Marfrig é inexpressiva. A companhia de Marcos Molina já tinha uma parceria de fornecimento com a BRF, produzindo em Várzea Grande (MT) o hambúrguer para as marcas Sadia e Perdigão.
No mercado de hambúrguer, a líder de mercado é a rival JBS, dona das marcas Friboi e Seara. Conforme dados da consultoria Nielsen, a BRF tem 28,6% do mercado brasileiro de hambúrguer e a JBS, 35,5%.
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