A aplicação adequada de produtos e elevado nível de suporte técnico para fábricas de ração contribuem para melhorar a produtividade, reduzindo o impacto negativo dos preços elevados de matéria-prima: esse foi o tema do evento promovido pela empresa
O atual cenário de preços recordes das matérias primas tem exigido maior eficiência produtiva das fábricas de ração para manter a competitividade de custos. O impacto dos ingredientes e do processo produtivo no resultado final da produção é importante e pode representar a manutenção ou não na atividade, defendeu o engenheiro agrônomo da Agropec Consultoria, Antonio Klein, na última semana durante o evento millSMART eXperience, realizado pela Kemin de forma virtual para fábricas de ração da América do Sul. “Para começar, a fábrica precisa estabelecer objetivos claros para definir a melhor estratégia, que pode ser um alto volume de produção ou melhor qualidade de ração”, pontuou o especialista.
Ele destaca a importância desta indústria, que é responsável pela produção de 70 milhões de toneladas por ano e um faturamento da ordem de R$ 130 bilhões na região. Para se ter uma ideia, só o Brasil é responsável por 3,5% deste mercado, com 2.450 milhões de toneladas por ano e faturamento de cerca de R$ 5 bilhões. “Em uma indústria deste tamanho, qualquer ganho de produtividade pode representar milhões de reais. E as perdas podem ser igualmente importantes”, disse Klein destacando as vantagens da peletização, que tem uma boa relação entre custo e benefício, além de ter um retorno sobre o investimento bastante rápido.
Entretanto, ele salienta que o conhecimento do processo é fundamental para se fazer pellets de qualidade e melhorar os resultados. E, neste cenário, ele prevê mudanças com maior relevância do sistema de peletização em países como Brasil e Argentina. “Por ter disponibilidade de matéria-prima, Brasil e Argentina não tinham tanto foco para a peletização, o que já ocorre em outros países da América do Sul. Agora, diante da atual cotação dos grãos, precisamos rever o nosso sistema. Um exemplo é o percentual de finos, que não deve ultrapassar os 3,5% na saída da matriz. “Se eu passar essa ração na peneira e devolver de 25% a 30% de finos, isso seria um desastre econômico”. Por isso é importante revisar todas as estratégias produtivas.
Outro ponto levantado pelo consultor é o condicionamento. “Temos que trabalhar melhor a pressão de vapor. Este é um ponto muito mal trabalhado. É possível avaliar se a pressão está adequada com um teste simples, que, na minha opinião, deveria ser feito uma vez por turno, mas ninguém faz isso. E se a prensa é manual, é possível mexer na quantidade de vapor”, pontua Klein afirmando que os surfactantes são ferramentas que permitem aumentar a umidade com segurança. “Podemos melhorar a umidade total mantendo a quantidade de água porque ela vai estar absorvida”, destacou.
Eficiência nas fábricas de rações
Processo, produtividade, qualidade de pellet e lucratividade. Estes são os quatros fatores de impacto em uma fábrica de ração, afirmou a zootecnista e gerente de Serviços Técnicos da Kemin na América do Sul, Natália Vicentini. “A produção precisa ser eficiente, padronizada e sustentável. Para isso, precisamos avaliar o peso, que tem relação com a umidade no alimento e também o volume produzido por hora e o consumo de energia da fábrica. Também é importante ter qualidade e segurança de pellet, além de ser uma planta economicamente viável. O custo de tratamento tem que neutralizar parte dos investimentos e deixar receita para a fábrica”, salientou a especialista.
Vicentini apresentou a linha de produtos da família millSMART, que inclui os produtos KemWet, MycoCURB Mill, SalCURB K2 e SalCURB RM Mill. “Todos estes produtos se conectam pela tecnologia surfactante. E por que surfactantes? Porque eles reduzem a tensão superficial da solução água/produto, possibilitando maior penetração de umdiade na massa. E, para concluir, vale ressaltar que nós, da Kemin, temos uma solução customizada para cada desafio de qualquer fábrica”, afirmou.
Customização e otimização na aplicação
Na sequência, o engenheiro gerente da Kemin Application Solutions (KAS), Anderson Oliveira, apresentou a palestra “Entre customização e otimização na aplicação… escolha os dois”, na qual defendeu a importância da aplicação. “Produtos de nutrição e saúde animal são mais eficazes se aplicados de maneira adequada. E isso é especialmente importante na indústria de ração, uma vez que a produção e o armazenamento eficazes requerem qualidade, segurança e produtividade ideais”.
Oliveira pontuou a importância da hidratação e da gelatinização do amido no processo de peletização e reforçou a experiência millSMART. “É uma combinação inovadora de serviços customizados e produtos desenvolvidos para proporcionar soluções únicas para as necessidades únicas de nossos clientes. Temos mais de 30 anos de experiência em aplicações e soluções e nossa equipe de engenharia e suporte técnico está sempre à disposição para extrair o melhor desempenho de cada fábrica”.
O millSMART experience foi todo desenvolvido para proporcionar aos participantes uma experiência técnica e sensorial com degustações. Para isso, teve apresentações como “A relação entre café e millSMART desmistificada”, com o diretor global da plataforma de líquidos da Kemin, Tom Verleyen, logo na abertura. No encerramento houve uma apresentação do mestre cervejeiro Pérsio Volpini, com o tema “Mestre cervejeiro: processo produtivo da cerveja”.
O objetivo foi lembrar que qualidade e eficiência produtiva são fundamentais em uma fábrica, seja ela de ração, de cerveja, de café ou qualquer outro produto, defendeu a zootecnista e coordenadora de Produtos para Monogástricos da Kemin na América do Sul, Gisele Neri. “Nosso balanço é muito positivo porque conseguimos levar conhecimento agregando uma experiência sensorial e momentos de descontração com os participantes”, encerrou.
Natália Vicentini e Diego