Lideranças do setor apontam que queda no consumo é comum para esta época do ano, mas custos de produção pressionam mais com as altas dos insumos
A segunda semana de comercialização de suínos no mercado independente registrou queda da maioria das praças produtoras do país. Segundo lideranças do setor, frigoríficos estão relutantes em adquirir novos lotes para abate, e alegam estar reorganizando seus estoques.
Em são Paulo, segundo informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço negociado ontem, quinta-feira (14), passou de R$ 8,53/kg para R$ 6,93/kg vivo. Segundo o presidente da Associação, Valdomiro Ferreira, alegação para que o mercado pratique estes preços foi unânime entre os frigoríficos que estão tendo concorrência muito forte de carcaça proveniente do sul e do centro-oeste do país.
Minas Gerais, que também negocia os animais no mercado independente às quintas-feiras, não houve acordo entre produtores e frigoríficos, e o preço sugerido pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) foi de R$ 7,20/kg vivo, inferior aos R$ 7,50/kg praticados na última semana.
O consultor de mercado da Asemg, Alvimar Jalles, explica que os frigoríficos com atuação no mercado interno recuaram nas compras para reorganizar seus estoques de final de ano, e que estão concorrendo muito fortemente entre si nas próprias vendas.
No Rio Grande do Sul, que vai negociar os animais no mercado independente amanhã, sexta-feira (15), a expectativa é de manutenção ou pouca queda, de acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. O preço do quilo do suíno vivo permaneceu por quatro semanas cotado em R$ 7,75/kg, e na última sexta-feira (7), caiu para R$ 7,74/kg.
“A oferta de animais para venda está normal, e atribuo esta estabilidade à quantidade de agroindústrias gaúchas habilitadas para exportar para a China, que seguem com vendas em bom ritmo. Entretanto, como houve essa queda nas demais praças brasileiras, pode ser que isso se reflita aqui”, afirmou.
Considerando a média semanal (entre os dias 07/01/2021 a 13/01/2021), o indicador do preço do quilo vivo do Suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 5,60%, fechando a semana em R$ 6,93.
No comparativo mensal das médias semanais, o preço do kg/vivo do suíno no Paraná apresentou queda de 3,67% em relação à semana do dia 16/12/2020. Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 7,22.