Apesar da virada para um novo mês, os preços do suíno no mercado independente “derreteram” nesta quinta-fiera (1º de julho), e somando isso às geadas que atingiram as lavouras de milho no sul e sudeste do país, a preocupação é na relação de preços pagos aos produtores e os custos de produção, que devem subir mais.
Em São Paulo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), não houve consenso pela terceira semana consecutiva. Na última quinta-feira (24), o preço solicitado pelos suinocultores foi de R$ 7,46/kg vivo, e esta semana, o preço pedido pelos produtores foi de R$ 6,93/kg vivo, sem acordo, mesmo com a baixa.
De acordo com informações da APCS, “os criadores demonstraram bastante preocupação em relação aos preços de venda atualmente, que contrapõem os atualis custos de produção”, estimados em R$ 8,05/kg vivo. “A grande dúvida são os prováveis impactos que os produtores terão em cima do custo diante da realidade dos grãos, em função das geadas no sul e sudeste do país”, informou a Associação.
Preço em queda também no mercado mineiro nesta quinta-feira. No último dia 24, o preço sugerido foi de R$ 7,50/kg, mas o realmente praticado no mercado foi de R$ 6,50/kg vivo. Nesta quinta-feira (1), o entre suinocultores e frigoríficos foi de R$ 6,00/kg vivo.
“O mercado brasileiro está fragilizado devido ao recuo de volumes exportados para a China. Ou seja, os problemas se iniciam lá, passam pelo Sul do Brasil e chegam a Minas Gerais.
Há claramente uma piora das expectativas com consequente aumento de ofertas”, pontua o consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Alvimar Jalles.
Em Santa Catarina, onde os suínos são negociados no mercado independente também às quintas-feiras, o valor do animal também caiu, saindo de R$ 7,16/kg vivo para R$ 6,54/kg vivo.
Conforme explica o presidente da Associação Catatinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, é um momento crítico e preocupante, pois os custos d eprodução, principalmente com a alimentação dos animais, que já eram altos, podem subir ainda mais devido às geadas nas plantações de milho.
Considerando a média semanal (entre os dias 24/06/2021 a 30/06/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 11,90%, fechando a semana em R$ 6,53.
“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente estabilidade, podendo ser cotado a R$ 6,53”, informou o reporte do Lapesui.
No mercado gaúcho, que comercializa os suínos no setor independente às sextas-feiras, na última (25) também foi registrada queda, passando de R$ 7,12/kg vivo para R$ 6,54/kg vivo.