Espera-se que o preço pago pelo suíno aumente nas próximas semanas a valores superiores ao que se praticou nos últimos meses
A tão esperada alta do preço pago ao produtor do último trimestre não se concretizou ao longo de outubro e é tímida no início de novembro. O descompasso entre oferta e procura frente a uma crise econômica que resulta em queda do poder aquisitivo da população, sem dúvida, é um dos fatores determinantes desta situação. A exportação de carne suína in natura (tabela 1) tem ajudado a enxugar o mercado; após recordes de embarques em um só mês (setembro/21 com mais de 100 mil toneladas) e aumento de mais de 15% (+ 113 mil toneladas) no acumulado de janeiro a outubro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.
Tabela 1. Volumes exportados totais de carne suína brasileira in natura em 2019 e 2020 e de janeiro a outubro de 2021 (em toneladas). Fonte MDIC
Porém, o preço da carne suína in natura exportada em outubro foi o menor do ano em dólar, fechando em US$ 2.292,00 por tonelada (tabela 2). O maior preço exportado foi atingido em junho, quando ultrapassou a marca de 2.600 dólares. Mesmo com a desvalorização cambial dos últimos meses, esta queda de preço em dólar fez com que o valor da carne exportada, em reais, se aproximasse muito do valor da carcaça no mercado interno (SP), com um spread em outubro de pouco mais de 17%, o menor do ano. Cabe lembrar que mais de 90% da carne suína exportada é na forma de cortes e menos de 1% como carcaças inteiras, ou seja, é evidente que a atratividade da exportação caiu muito e certamente alguns exportadores estão tendo prejuízo, mas ainda assim têm na venda externa uma válvula de escape para não aumentar ainda mais a oferta interna e pressionar os preços para baixo.
Tabela 2. Preço em dólar da carne suína brasileira in natura exportada x mercado interno de carcaça especial em São Paulo. Fonte: CEPEA, MDIC
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