Redução na rentabilidade da produção e piora na eficiência alimentar, são as principais implicações na produção de suínos causadas pelas doenças entéricas. Doenças que podem afetar os suínos durante toda a sua vida, desde o nascimento até o abate. As doenças entéricas também tem forte implicação na fase reprodutiva dos animais, sendo as leitoas a classe mais comumente afetada.
Na maternidade, as diarreias neonatais são consideradas a principal causa infecciosa de mortalidade em leitões. Alguns trabalhos têm associado enterites pré-desmame com o aumento da taxa de mortalidade, diminuição do desempenho zootécnico, atraso no desenvolvimento de leitões e aumento na ocorrência de diarreia pós-desmama e perdas econômicas significativas (Morés, 1993).
O leitão ao nascimento não possui seu intestino plenamente maduro, por isso, a ingestão de quantidades adequadas de colostro é de extrema importância para garantir seu desenvolvimento saudável. Também é função do colostro fornecer imunidade materna ao leitão.
As causas de diarreia na maternidade estão associadas no Brasil à enteropatógenos como Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC), Clostridium perfringens tipos A e C, Clostridium difficile, Rotavírus A, B ou C e Cystoisospora suis (Daniel, Laub, Duarte, & Guedes, 2019).
A rotavirose se caracteriza por apresentar diarreia aquosa permanente por curto período, de coloração variável, sendo às vezes verde-amarelada, fétidas, podendo conter grumos de leite não digerido (Alfieri, Resende, & Conte, 1991), casos de vômitos também podem estar presentes.
Um dos principais agentes causadores de diarreia transitória em leitões lactentes nas primeiras semanas de vida, levando a perdas econômicas significativas devido a desidratação, diminuição do ganho de peso e baixo desempenho é o Cystoisospora suis. Este protozoário intracelular causa necrose dos enterócitos e atrofia de vilosidades. Estes danos são responsáveis pela perda de desempenho até a fase de creche do animal. No que se refere a faixa etária, C. suis é mais comum em animais com idade entre 5 e 19 dias de idade (Daniel, Laub, Duarte, & Guedes, 2019). O diagnóstico pode ser realizado através da demonstração de oocistos nas fezes, ou visualização na mucosa intestinal por histopatologia, no entanto a detecção de oocistos nas fezes de animais infectados é frequentemente prejudicada pelo curto período de excreção individual (Lindsay, Dubey, & Santín-Durán, 2012).
A colibaciole (E.coli) é bastante frequente nas diarreias em que o patotipo ETEC está associado. Esta E.coli produz as enterotoxinas (STa, STb e LT) que interagem com os enterócitos, causando hipersecreção de água e eletrólitos, prejudicando a absorção de nutrientes (Fairbrother & Gyles, 2012). Os sinais clínicos podem variar de uma diarreia leve até diarreia severa com desidratação e morte do leitão em algumas horas.
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