*Laimar Pedroso
Em um cenário cada vez mais competitivo a demanda por redução de custos de produção se torna necessária. Desde grandes empresas e cooperativas do setor de produção de suínos, passando por médios integradores e chegando nos pequenos produtores, vem buscando intensamente a redução do custo de produção, seja por dietas mais eficientes, melhoramento genético, investimento em sanidade e ambiência. Nesse sentido, nossa produção de leitões teve um salto de 24,82 leitões desmamados por fêmea por ano (DFA) em 2008 para 28,91 DFA em 2020, um incremento de 16,48% ou 4,09 leitões (Agriness, 2021). Contudo, as instalações nem sempre acompanham esse crescimento, aumentando a lotação em creches e terminações, ficando o dimensionamento da produção comprometido. Outro fator que entrou no radar de preocupação com lotação de terminações é o aumento de peso médio de abate, realidade cada vez mais presente na suinocultura nacional. O abate de suínos no Brasil era tradicionalmente realizado, quando os animais atingiam 90 a 120kg. Durante muito tempo essa prática não foi alterada devido à impressão difundida na cadeia suinícola de que, ao se aumentar o peso de abate, também se aumentaria a quantidade de gordura subcutânea do animal e isso levaria à perda de eficiência alimentar (Rosa et al., 2008). Porém, a elevação no peso de abate dos suínos tem sido alvo de interesse dos gestores de sua cadeia produtiva que têm como objetivo a redução de custos e o aumento do volume final de produção (Dutra Jr. et al., 2001). Esse aumento só foi possível devido aos avanços científicos em campo como nutrição, saúde e genética, que trouxeram ganhos de conversão alimentar e ganho de peso diário.
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS, 2016) a densidade recomendada para o crescimento e terminação é de 1 suíno de 100Kg/m² ou 1,15m² por suíno de 120kg. Pesos acima de 120Kg demandam áreas maiores, não inferiores a 1,20m² por animal. Altas densidades não devem ser utilizadas, pois além de favorecerem a ocorrência de brigas e competições, podem resultar em drásticos prejuízos aos índices da produção, seja pela piora da conversão alimentar, redução do ganho de peso ou pela alta incidência de lesões de pele.
Com o intuito de diluir os custos fixos, visto que, o desembolso para a produção de um leitão, suas vacinas e demais custos permanece inalterado independentemente do peso de abate, percebemos que, animais abatidos mais pesados apresentam em sua composição de custo por Kg uma significativa redução haja vista que, a diluição é realizada em 125Kg ou 130Kg e não mais em 100Kg por exemplo. Com o desenvolvimento pelas genéticas de animais cada vez mais eficientes e com uma deposição maior e mais rápida de tecido magro os produtores vêm aumentando o peso de abate sem perdas significativas de conversão alimentar, processo esse, facilitado pela adoção de tecnologias nutricionais e imunocastração. Infelizmente, essa mudança significativa de peso nem sempre vem acompanhada de adequação na área útil por animal, aumentando, consequentemente, a densidade das instalações. Instalações antes dimensionadas para alojar animais até os 100Kg passam a alojá-los até seus 120Kg, 130Kg ou mais, levando a um comprometimento dos índices zootécnicos e sanitários e um consequente aumento do custo de produção.
*Laimar Pedroso é médico-veterinário pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS) e tem MBA em Nutrição de Aves e Suínos. Atualmente é assessor Técnico Suínos Vaccinar.
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