Como não poderia deixar de ser, o plano de Tereza Cristina para fazer seu sucessor, Marcos Montes, contou com o apoio da bancada ruralista, responsável pela indicação dela ao presidente Jair Bolsonaro em 2018. Antes, o Planalto tentou convencer o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) a desistir da candidatura ao governo gaúcho para assumir a Pasta, sem sucesso.
Ex-deputado federal por três mandatos e prefeito de Uberaba (MG) por oito anos, o médico e professor Marcos Montes também é egresso da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que presidiu em 2015 e 2016. Teve como vice Nilson Leitão, que comanda o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que dá sustentação técnica à bancada.
“O desafio do próximo ministro, e para os próximos anos, será montar uma estratégia definitiva para o agronegócio brasileiro baseada em acordos comerciais, infraestrutura, política de renda, tecnologia e sustentabilidade”, disse o ex-ministro Roberto Rodrigues.
Marcos Montes não deverá promover grandes mudanças nos cargos de segundo escalão do ministério. Dois secretários deixarão a Pasta junto com Tereza Cristina. Jorge Seif Júnior, da Pesca e Aquicultura, sairá para concorrer nas eleições ao Congresso por Santa Catarina, e Orlando Ribeiro deixará a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais para assumir a embaixada brasileira na Espanha.
As trocas já estavam previstas. No lugar de Seif ficará seu secretário-adjunto, Jairo Gund. O adjunto de Orlando Ribeiro, Flávio Bettarello, já deixou o ministério e se juntará a ele como diplomata na Espanha. O provável substituto é Jean Marcel Fernandes, que foi diretor de Promoção Comercial e Investimentos da Pasta.
O chefe de gabinete da ministra, o ex-secretário de Política Agrícola Eduardo Sampaio, será adido agrícola em Berlim, na Alemanha. Os demais secretários devem permanecer, assim como os presidentes e diretores das subsidiárias Conab, Embrapa, Incra, Inmet e Anater.