O registro de casos de febre aftosa em Bali, região turística da Indonésia com fortes conexões com a Austrália, acendeu o alerta no país. A Austrália é área livre de febre aftosa sem vacinação e um grande exportador. A possibilidade do ingresso da doença no país poderia provocar prejuízos bilionários.
Na Indonésia, já são mais de 230 mil animais contaminados desde o início do surto, em maio e para a contenção do vírus, foi implantada uma campanha de vacinação massiva em todo o país. Trata-se de uma região que a doença é endêmica (termo utilizado para definir qualquer enfermidade com grande incidência em um espaço limitado como estado ou país).
O Ministério da Agricultura do Brasil informa em nota que está acompanhando os casos, mas não definiu nenhuma medida adicional de controle do ingresso de pessoas ou produtos oriundos da região. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, está acompanhando o cenário internacional e, conforme o chefe da Divisão de Saúde Animal da pasta Fernando Groff, como a vigilância é permanente, não precisa ter algo diferente devido a uma ocorrência em algum ponto do mundo.
“A gente tem que ter vigilância o tempo todo e isso é uma responsabilidade tanto do serviço oficial como do produtor, do criador, da iniciativa privada como um todo, dos profissionais, para que notifiquem, para que fiquem alertas, qualquer suspeita seja notificada, para que se tenha uma intervenção eficiente e rápida.” Ainda conforme Groff, a atenção maior precisa ser de quem viaja para a Indonésia, especialmente quem trabalha em propriedades rurais ou em contato com setor produtivo. “O conselho de sempre, às pessoas que transitam por um lugar que seja endêmico e que tenham seu trabalho ligado à produção animal, é que se evite o contato com propriedades e animais nessas regiões e principalmente tenham um período de vazio no momento que retornam para sua atividade profissional ou produtiva aqui no Brasil.”
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber, pontua que os cuidados que a Austrália vem tomando em relação à proximidade dos casos devem ser observados de forma permanente. “Daí a importância dos cuidados que nós devemos ter aqui no Rio Grande do Sul agora como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, no sentido de preservar a produção do estado”, destaca. Ele alerta ainda que um evento com a doença poderia comprometer não somente a pecuária, mas também outros setores da produção do estado e do país. “Daí a razão de que nós temos que ter todo cuidado e atenção possíveis.”
Os técnicos do Serviço Veterinário Oficial aproveitam para lembrar sobre a importância de notificar suspeitas e sintomas causados pela febre aftosa em animais suscetíveis (com casco fendido – bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos) à Inspetoria de Defesa Agropecuária responsável.
As principais alterações são:
• Feridas nos cascos, boca e/ou tetos
• Claudicação (manqueira)
• Salivação (Babeira)
• Febre