A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lançou documento técnico para balizar as ações de controle da população de javalis e javaporcos, oriundos do cruzamento de javalis e porcos domésticos. Esses animais causam danos à produção agropecuária, além de prejuízos econômicos, ambientais e de saúde pública em diversas regiões paulistas. O documento completo pode ser acessado clicando aqui.
A presença de uma população cada vez maior de javalis e javaporcos no território paulista tem sido motivo de preocupação para os produtores rurais e gestores públicos municipais. Atento à situação, o Governo do Estado de São Paulo, por meio de Resolução Conjunta das Secretarias de Agricultura e Abastecimento e de Infraestrutura e Meio Ambiente, estabeleceu um plano de controle do javali.
“No território paulista, o javali é uma espécie reconhecida por provocar danos ambientais e econômicos. Diante desse fato, este trabalho foi idealizado e realizado para executar a Ação 31 do Plano de Prevenção, Monitoramento e Controle do Javali, o Plano Javali SP, para implementar ações efetivas, eficazes e eficientes de prevenção, monitoramento e controle de sua população”, explica Marcelo Baptista da Silva, diretor da CATI Regional Bragança Paulista e um dos coordenadores do levantamento e da publicação técnica.
Nesse contexto, a CATI mobilizou uma equipe de extensionistas para fazer levantamento dessas ocorrências, a fim de mapear as regiões de maior incidência e os impactos gerados. “Para efetividade das informações obtidas, os extensionistas da CATI que participaram da coleta de dados, escolheram, para aplicação do questionário, um público diverso, incluindo produtores rurais, moradores locais, trabalhadores rurais, prestadores de serviços, vendedores de insumos, funcionários municipais e estaduais, policiais ambientais e outros, de modo a ter uma ampla visão sobre os problemas causados à agropecuária e ao meio ambiente”, explica Alexandre Manzoni Grassi, coordenador da CATI.
De acordo com Marcelo Baptista, um dos coordenadores da publicação, o levantamento foi realizado na quase totalidade dos municípios paulistas. “A partir das informações coletadas foi elaborado um mapa identificando as regiões onde os municípios t êm maior impacto com a presença de javalis e javaporcos”, explica, informando que para mais informações os interessados podem enviar e-mail para [email protected].
Sobre o Documento Técnico Diagnóstico da percepção de ocorrência de javalis em municípios paulistas
No Documento Técnico n.°126 os interessados poderão conhecer a realidade local dos municípios paulistas em relação ao problema do javali. “Este levantamento visa contextualizar os técnicos de campo da CATI, que atuam nas Casas da Agricultura e Regionais, sobre a política pública de controle do javali e javaporco no Estado de São Paulo”, explica Marianne de Oliveira Silva, médica-veterinária que integra a assessoria do gabinete da CATI, coordenadora técnica da publicação. A CATI, em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, está preparando uma cartilha com informações gerais de controle do javali, com linguagem adequada para os produtores rurais.
Também colaboraram com a publicação: Marcus Vinicius Salomon, da Assessoria Técnica do Gabinete da CATI; João Carlos de Campos Pimentel, da Assessoria Técnica do Gabinete da SAA; e Artur Luiz de Almeida Felício, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária/SAA.
Sobre javalis e javaporcos e o plano estadual de controle
Ferozes e inteligentes, os javalis vivem em bandos, invadem plantações e criações de suínos de subsistência ou de pequenos produtores de baixa seguridade biológica contra a invasão de agentes causadores de doenças infecciosas.
“Os javalis e javaporcos destroem a vegetação nativa das matas, as nascentes e o solo das margens de lagos, nascentes, córregos e rios, provocando sua poluição e assoreamento. A International Union for Conservation of Nature (IUCN) considera o javali como uma das 100 piores espécies exóticas, porque expõe o solo, altera a composição da vegetação, realiza predação e compete por recursos naturais com espécies nativas nas áreas invadidas”, explica Marcelo Baptista.
“Em 2018 foi realizado um diagnóstico de percepção apresentado no relatório do Grupo Técnico (GT) criado por meio da Resolução SAA n.° 42, de 5/9/2018, para estudar os impactos sociais e econômicos da expansão populacional do javali sobre a produção agropecuária, a conservação dos ecossistemas e das espécies nativas, bem como os riscos colocados à saúde pública, à qualidade de vida e à ec onomia do Estado de São Paulo. Este GT também tinha por atribuição propor ações de prevenção, controle e monitoramento efetivas, eficazes e eficientes da população dessa espécie exótica invasora”, informa Marcelo.
Em função dos resultados, as Secretarias de Infraestrutura e Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento, constituíram por meio da Resolução Conjunta SAA/SIMA n.° 4, de 5/11/2019, um Grupo de Trabalho para definir as estratégias do Governo do Estado para prevenção, controle e monitoramento da população de javali em todas as suas formas, linhagens e raças, bem como diferentes graus de cruzamento com o porco doméstico no Estado de São Paulo. Coordenado pela Assessoria Técnica do Gabinete da Secretaria de Agricultura, o Grupo de Trabalho elaborou o Plano de Prevenção, Monitoramento e Controle do Javali no Est ado de São Paulo.
O objetivo geral do Plano Javali SP é o de “conter a expansão territorial e demográfica do javali no território paulista por meio do controle de sua população, de forma a reduzir seus possíveis impactos, especialmente em áreas prioritárias de interesse ambiental, econômico e de saúde pública do Estado de São Paulo”.