Em recuo desde abril passado, o índice de preços dos alimentos da FAO (FFPI, na sigla em inglês) retrocedeu ao menor nível dos últimos seis meses. Alcançou 140,9 pontos, resultado que significou queda de 8,6% sobre o mês anterior. Foi, também, o maior recuo mensal observado desde outubro de 2008, ou seja, há quase 14 anos.
Nenhum dos cinco alimentos acompanhados permanentemente pela FAO apresentou resultado positivo no mês. A queda mensal mais significativa, de quase 20%, recaiu sobre as gorduras vegetais, vindo a seguir os cereais, com redução de, praticamente, 11,5%.
O menor preço dos cereais está relacionado sobretudo ao trigo e à reabertura das exportações ucranianas. Mas a FAO faz referência, também, aos grãos forrageiros, com destaque para o milho. E cita que, além do desbloqueio dos portos da Ucrânia, contribuiu para a queda o aumento das disponibilidades na Argentina e no Brasil, “onde as colheitas progrediram acima do ritmo observado no ano passado”.
Nesse contexto de quedas generalizadas, a menor redução foi a das carnes: menos 0,45% em relação ao mês anterior, primeiro recuo mensal registrado neste ano. A baixa, porém, foi determinada pelas carnes ovina e bovina e ocorreu devido a uma oferta crescente frente a uma demanda em retração. Ou seja: as carnes suína e de frango não sofreram baixa no mês. A primeira permaneceu com preços estáveis; e a carne de frango, em alta ainda contínua, atingiu novo recorde de preço.