A liberação do mercado chinês ao milho brasileiro, que pode acontecer a qualquer momento, segundo as estimativas do governo, vai chegar no preço do suíno e do frango consumido no Brasil.
Ainda que os volumes estimados sejam pequenos no início dessa transação – se consolidada, deverá ser apenas em 2023 -, o novo concorrente para o cereal brasileiro nas granjas vai elevar os custos de produção.
Disso, Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) não tem dúvida, menos ainda que terá de haver repasse ao brasileiro.
“Do couro sai a correia”, completa, fazendo analogia com a necessidade de que os produtores haverão de recompor as margens, “além dos custos, também dentro de um nível que dê sustentação para que nos mantenhamos em evolução”.
A notícia de que a China abrirá seus portos ao milho nacional circula desde agosto, inclusive algumas, vindas do Ministério de Agricultura (Mapa), falando que aconteceria já em 2022. Para isso, as questões sanitárias, por exigências do importador, não seriam mais empecilhos.
Folador lembra que o milho já mudou os patamares de preços desde meados de 2020. De uma base média, então, de R$ 45 a saca, tem girado facilmente entre R$ 80 e R$ 100, impactando severamente a produção de porcos e frangos, as duas criações que mais demandam o cereal em suas rações.