Em 2022, a suinocultura enfrentou desafios com o alto custo de produção e os preços dos suínos apresentando queda em todo o Brasil. Diante deste cenário, a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) buscou diversas formas para atender as demandas do setor, desde a atuação para o aumento do consumo da carne em todo o país, aos constantes pleitos para recursos emergenciais e para o Plano Safra 2022/2023.
O trabalho político se iniciou em janeiro com uma audiência junto a Ministra da Agricultura, na época, Tereza Cristina. Na ocasião o presidente da ABCS, Marcelo Lopes e outros representantes da categoria, levaram os principais pleitos do setor, como o retorno da linha de crédito de retenção de matrizes e a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários, e alertaram que seria um ano difícil para a suinocultura nacional.
Ainda no primeiro semestre, em reunião com as afiliadas, o Secretário de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Bastos, compareceu para justificar as dificuldades que o governo estava encontrando para atender às demandas da cadeia. Segundo o Secretário, as propostas da cadeia exigiam “um espaço orçamentário que já está comprometido”. Porém a ABCS e a equipe da Secretaria continuaram trabalhando e atuando na busca de soluções possíveis para o momento econômico complicado.
Como desmembramento dessas ações e, a pedido da entidade, também foi realizada uma audiência para que os suinocultores de todo o país se reunissem com o Ministro da Agricultura (Mapa), Marcos Montes e com os deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e da Suinocultura. O foco foi debater soluções para mitigar a crise enfrentada pelos produtores do setor.
Após a pauta ser levada à FPA, ela continuou a ser debatida na Câmara do Deputados. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) realizou uma audiência pública, que contou com a participação técnica da ABCS, no início de julho de 2022.
No decorrer do ano, o diálogo foi mantido com as autoridades do agro para reforçar a necessidade de medidas emergenciais contra a crise. Como resultado, diversos produtores foram beneficiados com as medidas aprovadas, como a Resolução CMN nº 5.017/2022, que elevou para até dois anos o prazo de reembolso do crédito rural de custeio destinado à atividade de suinocultura independente.
A entidade acompanhou ainda o lançamento do Plano Safra 2022/2023, no Palácio do Planalto. Com aporte de R$ 340,8 bilhões, o valor do Plano reflete um aumento de 36% em relação ao anterior, que disponibilizou R$251 bilhões aos produtores rurais. Neste mesmo mês, a crise do setor ainda foi pautada no tradicional almoço da bancada ruralista e foi tema de audiência com o Ministério da Economia.
Outra pauta prioritária em 2022, foi a inserção da proteína suína na merenda escolar. A ABCS trabalhou com suas associadas na capacitação de merendeiras e na inserção da carne suína no cardápio das escolas, a exemplo da Associação Goiana de Suinocultores (AGS) e da Associação de Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin), além de fornecer apoio para tratar o tema junto à órgãos responsáveis — como o Mapa e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Para 2023, a associação continuará buscando formas de avançar as pautas que foram trabalhadas ao longo do ano. Com a entrada do novo governo e dos novos parlamentares no Congresso Nacional, o diálogo será intensificado e novas estratégias serão traçadas para que o setor da suinocultura continue crescendo no Brasil.
As perspectivas sobre o agronegócio no país já começaram a ser discutidas com os novos deputados, senadores e outras autoridades do setor. O contato foi iniciado no Encontro de Lideranças, organizado pela FPA no final de novembro. O evento contou com a participação da ABCS e marcou a abertura para atuais e futuras negociações com representantes do agro.
Para o presidente, Marcelo Lopes, o trabalho da ABCS, como entidade nacional representante dos suinocultores independentes e integrados, foi feito. “Provocamos diversas reuniões com o governo e deputados, especialmente ao longo do primeiro semestre. Infelizmente, nem tudo o que pedimos foi atendido, mas com certeza a suinocultura está no radar de todos eles e continuaremos trabalhando nos próximos anos.”