Dados compilados pelo Ministério da Agricultura junto à SECEX apontam que as exportações de carnes abriram 2023 com um desempenho que superou as expectativas para o mês de janeiro, pois o volume embarcado registrou aumento anual próximo de 20%.
No entanto, a receita cambial decorrente dessas exportações não evoluiu na mesma proporção anterior, pois aumentou apenas 2,19 pontos percentuais acima do volume (21,55%), indicando tendência de estabilização dos preços. Só para comparar, no 1º semestre de 2022 o volume exportado aumentou apenas 6,7%, mas gerou receita quase um terço maior – diferença de mais de 25 pontos percentuais.
Por ora, porém, as carnes suína e de frango seguem em franca valorização. O volume de ambas aumentou em torno de 20% e seus preços médios ficaram entre 10% e 15% acima dos registrados um ano antes, o que proporcionou aumento da receita cambial em cerca de 32% superior para a carne suína e de aproximadamente 39% para a carne de frango.
Portanto, é a carne bovina que reduz os índices de evolução da receita cambial do setor. Porque, após atingir picos históricos de preço em meados de 2022, enfrenta reduções desde então. Como, em decorrência, seu preço médio em janeiro passado apresentou retração anual de quase 8,5%, o aumento de mais de 16% no volume embarcado gerou um adicional de receita apenas 6,63% superior.
Mesmo assim, em janeiro, a carne bovina continua liderando a geração de receita do setor, tendo respondido por 43,65% da receita total. Mas a carne de frango ficou menos de meio ponto percentual abaixo, pois propiciou outros 43,19% da receita total. À carne suína coube 10,81% do total, ficando os restantes 2,35% distribuídos entre outras carnes não especificadas.