A quinta-feira (27) chegou ao final com os preços futuros do milho acumulando novas movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram até 3,3% e flutuaram na faixa entre R$ 63,24 e R$ 67,80.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 64,30 com queda de 2,74%, o julho/23 valeu R$ 63,24 com desvalorização de 3,30%, o setembro/23 foi negociado por R$ 65,10 com perda de 2,69% e o novembro/23 tinha valor de R$ 67,80 com baixa de 2,61%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileiro pegou carona na Bolsa de Chicago, que registrou movimentações bem negativas nesta quinta-feira.
Diante disso, o analista aponta preços ao redor dos R$ 60,00 a saca no balcão do Rio Grande do Sul, de R$ 57,00 a R$ 63,00 nos mercados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minais Gerais
“O setor de rações está vendo que o milho nesse patamar entre R$ 65,00 e R$ 67,00, no máximo R$ 70,00, é um milho barato para fazer ração. É o milho mais barato em quatro anos, então a indústria de ração vai deitar e rolar e produzir muita ração porque o milho está barato”, opina Brandalizze.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também teve uma quinta-feira bastante negativa para os preços internacionais do milho futuro, que recuaram quase 20 pontos neste pregão.
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,27 com baixa de 14,50 pontos, o julho/23 valeu US$ 5,81 com desvalorização de 19,50 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,30 com perda de 15,75 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,30 com queda de 12,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira (26), de 2,18% para o maio/23, de 3,33% para o julho/23, de 2,93% para o setembro/23 e de 2,39% para o dezembro/23.
Segundo Brandalizze, o primeiro fator de pressão para os preços é o avanço do plantio da safra dos Estados Unidos, que está acelerado e deve passar de 37 milhões de hectares. O outro ponto, e principal motivo das quedas, foi o cancelamento de compras de exportações por parte da China de 233 mil toneladas de milho.
“Na realidade não é que a China vai comer menos, mas está cancelando porque o mercado tem recuado e ela está com dificuldade de receber todos os grãos que ela tem puxado pra lá, tanto brasileiro quanto americano, soja e milho, e está se reposicionando em compras de milho brasileiro. Ela está cancelando a compra desse milho americano que era mais caro, pagando a multa e comprando o brasileiro que está mais barato”, explica o analista.