A segunda-feira (08) chegou ao final com um alívio para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3), que acumularam movimentações positivas neste primeiro dia da semana. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 61,30 e R$ 67,74.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 61,30 com ganho de 0,48%, o julho/23 valeu R$ 61,57 com alta de 1,31%, o setembro/23 foi negociado por R$ 65,48 com elevação de 2,47% e o novembro/23 teve valor de R$ 67,74 com valorização de 2,64%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as movimentações na B3 foram positivas seguindo o desejo do mercado de ter milho para o segundo semestre.
“A B3 está muito parecida com o porto e é sinal de que o mercado interno está perto de bater o fundo e está tentando se recuperar”, diz o analista.
Porém, Brandalizze destaca que, a colheita do milho está chegando no Mato Grosso e vamos ter muito milho à céu aberto. “Aí talvez no balcão o produtor já vender por um preço mais baixo porque precisar vender na boca da bacia das almas”.
Nos 4 primeiros dias úteis de maio, o Brasil embarcou 24.331,8 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Este volume representa apenas 2,23% do total de 1.088.472,1 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de maio de 2022.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 6.083 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa diminuição de 87,7% com relação as 49.476 do quinto mês de 2022.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho começou a semana com altas e baixas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT e Porto de Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Castro/PR, Rondonópolis/MT, Itiquira/MT, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Brasília/DF e Dourados/MS.
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o milho em Campinas/SP encerrou a última semana cotado no menor patamar desde o final de set/20, na casa dos R$ 62,50/sc, motivado pela baixa demanda, em um momento de expectativa de super safra”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, o clima favorável vem auxiliando o desenvolvimento das lavouras de milho no Brasil, e esse contexto mantém em queda os preços do milho na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. “Na praça de Campinas (SP), os valores registram baixas diárias consecutivas desde o final de março”.
Pesquisadores do Cepea destacam que, “geralmente, esta época do ano é marcada por preços mais firmes, devido aos baixos estoques no primeiro semestre e a problemas logísticos, em decorrência da prioridade das entregas de soja. No entanto, neste ano, vendedores brasileiros estão ativos no spot, dispostos a negociar os lotes da safra verão e a realizar contratos para o segundo semestre. Compradores, por sua vez, seguem na expectativa de quedas mais intensas nos preços e, dessa forma, postergam as aquisições”.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro encerram a segunda-feira com movimentações em campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,56 com alta de 3,25 pontos, o julho/23 valeu US$ 5,96 com estabilidade, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,32 com queda de 4,25 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,29 com perda de 5,00 pontos.
Esses índices representaram ganho, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05), de 0,46% para o maio/23, além de estabilidade para o julho/23 e baixas de 0,93% para o setembro/23 e de 0,94% para o dezembro/23.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho foram misturados por pouco depois de algumas manobras técnicas desiguais na segunda-feira
O foco do mercado se dividiu entre exportações de milho que recuaram moderadamente ante a semana anterior, a expectativa de avanço de plantio no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a possível interrupção do acordo de grãos no Mar Negro.