Levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que a comercialização brasileira da safra 2022/23 de soja atingiu 51,6% da produção esperada até o dia 5 de maio, muito aquém dos 64,0% de igual período do ano passado, dos 80,6% do recorde da safra 2019/20 e da média dos últimos cinco anos, de 67,4%.
Houve avanço mensal de 8,6 pontos percentuais, pouco abaixo dos 9,2 p.p. registrados no mês anterior, mas acima dos 7,6 p.p. da média normal. Apesar da confirmação de nova expressiva retração nos preços, “os produtores acabaram sendo forçados a vender para cumprir compromissos financeiros assumidos anteriormente”, diz Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos. “Para relembrarmos, a postura defensiva de venda na temporada esteve ligada aos preços pouco atraentes e em declínio, combinado com forte elevação nos custos de produção, insegurança sobre o padrão de clima sob impacto do La Niña e incertezas políticas e econômicas com o novo governo”, complementa.
Levando em conta nova revisão na produção para 155,61 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 80,31 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava maior em termos relativos e absolutos, chegando a 83,57 mi de t.
Safra 2023/24
No caso da safra 2023/24, o mês de abril foi novamente de fluxo bastante lento nos negócios de soja, com apenas 4,3% da expectativa de produção compromissada, avanço mensal de 0,9 p.p., inferior aos 2,7 p.p. em semelhante período do ano passado e dos 4,3 p.p. da média normal. Dessa forma, o ritmo permanece distante dos 9,6% compromissados em 2022, dos 28,2% do recorde da safra 2020/21 e da média plurianual de 14,0%.
Milho
O levantamento da DATAGRO Grãos mostra que a comercialização do milho da safra de verão 2022/23 no Centro-Sul do Brasil avançou 14,4 p.p., abaixo da média normal para o período, de 16,5 p.p. Com isso, as vendas alcançaram 39,9% da produção esperada, contra 51,6% em igual momento de 2022 e 52,8% na média dos últimos 5 anos.
Com previsão de safra revisada para 19,44 mi de t, os produtores comercializaram 7,76 mi de t.
A comercialização da safra de inverno 2023 da região, revisada para 90,98 mi de t, chegou a 26,7%, contra 22,4% no levantamento anterior, 36,2% na mesma data do ano passado e média dos últimos 5 anos de 43,8%.