CBOT dispara 4,5% de olho no clima, petróleo e dólar.
Ontem, a quinta-feira (15) chegou ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações altistas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 2,99e flutuaram na faixa entre R$ 54,85 e R$ 64,57.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 54,85 com elevação de 2,43%, o setembro/23 valeu R$ 59,24 com alta de 2,58%, o novembro/23 foi negociado por R$ 62,15 com valorização de 2,91% e o janeiro/24 teve valor de R$ 64,57 com ganho de 2,82%.
A Agrinvest aponta que o milho brasileiro é negociado em alta na B3 auxiliado pela forte valorização na CBOT. “Isso também contribuiu para a elevação dos preços de paridade de exportação, gerando maior movimentação de negócios, tanto no mercado disponível, como vendas da safrinha 2023”.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressalta que o pico de colheita da safrinha vai chegar em mais duas semanas trazendo pressão nos preços de julho, mas tanto a B3 quanto os portos estão construindo uma base de valores para o contrato de janeiro/24.
“A B3 já está mostrando R$ 64,00 e o que a gente tem visto nos portos é R$ 65,00. Isso cria um suporte importante para anular a pressão baixista na origem. Mas continuamos apontando a questão principal, se o produtor precisar fazer caixa com o milho em julho e agosto vai ter muito milho chegando, à céu aberto, e esse vai ser um momento que vai pressionar o interior”, afirma Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma quinta-feira positiva. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações nas praças de Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Sorriso/MT. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a saca do milho em Campinas se aproxima dos R$ 54,50/sc diante do clima impactando no avanço da colheita e compradores mostrando mais atividade enquanto a oferta não chega”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também tiveram uma quinta-feira muito positiva em suas movimentações na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 6,23 com alta de 15,50 pontos, o setembro/23 valeu US$ 5,70 com elevação de 25,00 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 5,74 com valorização de 25,25 pontos e o março/24 teve valor de US$ 5,82 com ganho de 24,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira (14), de 2,64% para o julho/23, de 4,59% para o setembro/23, de 4,55% para o dezembro/23 e de 4,30% para o março/24.
Segundo informações da SAFRAS & Mercado, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT)fechou a sessão de hoje com forte alta nos preços para o milho. “O mercado foi sustentado pelos ganhos expressivos do petróleo, pela fraqueza do dólar frente a outras moedas e pela preocupação em torno do clima nos Estados Unidos”, explica.
No final da manhã desta quinta-feira, a atualização do Drought Monitor trouxe um novo aumento para as áreas de milho dos Estados Unidos sob condições de seca, elevando de 49% para 57% este índice.
A consultoria destaca que, “o temor de que o tempo possa continuar seco e quente em partes do cinturão produtor estadunidense, prejudicando o desenvolvimento das lavouras, seguiu no foco de atenção do mercado, ainda que haja previsão de retorno das chuvas para o país nos próximos dias”.
Além disso, a SAFRAs aponta que, o anúncio de que o Banco Central da China cortou a taxa de juros do país e que deve injetar dinheiro na economia, o que pode incrementar a procura do país por comodities ajudou a completar o quadro positivo.