O processo de deterioração de preços enfrentado pela carne bovina (iniciado no segundo semestre de 2022, antes, portanto, do caso atípico de vaca louca em março deste ano) prosseguiu 2023 adentro e, combinado com uma queda de cerca de 4% no volume embarcado, determinou retrocesso de mais de 20% na receita cambial do produto.
Carnes suína e de frango minimizaram essa queda. O volume de carne de frango aumentou perto de 10% e o seu preço permaneceu estável (alta de 06%). Isto redundou em um incremento de mais de 10% na receita cambial do produto, que fechou o semestre como principal gerador da receita cambial do setor (43,7% do total, frente a 41,8% da carne bovina e 12% da carne suína).
Mas em valores relativos o melhor desempenho foi, mesmo, o da carne suína. Pois uma vez que o volume embarcado aumentou 16% e o preço médio perto de 10%, a receita cambial gerada pelo produto teve incremento próximo de 27%, índice que contrasta com os resultados de um ano atrás, quando a receita cambial da carne suína registrou retrocesso superior a 15%.
Porém, como foi dito acima, os ganhos – tanto da carne suína como da carne de frango – apenas minimizaram as perdas enfrentadas pela carne bovina. Assim, ainda que o volume de carnes exportadas no semestre tenha aumentado cerca de 6,5%, a receita cambial global das carnes apresentou queda de 4,7% em relação ao mesmo semestre de 2022.