A cadeia suinícola consiste em constantes mudanças e adaptações, onde questões de melhoramento genético e de produtividade têm grande importância no custo de produção. Por isso, dessa vez, o Dália em Notícias apresenta uma unidade que trabalha com melhoramento genético das matrizes da cooperativa.
Atualmente, a Dália conta com duas granjas multiplicadoras de matrizes certificadas, que estão localizadas em Colinas e Guaporé. Cada unidade produz em média 500 leitões semanais entre machos e fêmeas. Conforme o técnico agropecuário e encarregado por essa etapa, Ederson Juliano Zeni, todo o trabalho de manejo em cada fase do processo deve ser monitorado com muita atenção e dedicação, pois qualquer falha pode comprometer o resultado do lote. “Entre tantos manejos nesta fase, destacamos um que ocorre na hora do parto, quando o leitão recém-nascido precisa ingerir o colostro nas primeiras horas de vida”.
Conforme Zeni, o colostro é responsável pelo desenvolvimento de anticorpos do animal. “A placenta da fêmea suína, denominada como epiteliocorial difusa, impede a passagem de imunoglobulinas para o leitão durante a gestação. Assim, os leitões nascem sem nenhuma proteção imunitária, sendo através do colostro a única forma possível de transmitir a proteção necessária, não apenas no pós-nascimento, mas durante toda a vida dos animais”.
Ele ainda explica que o colostro é fonte de energia altamente digestível e promove melhora no desenvolvimento e desempenho dos leitões. “A quantidade de imunoglobulina no colostro diminui rapidamente nas primeiras horas após o início do parto, apresentando queda de 30% a 50% após as seis horas do nascimento do primeiro leitão e atinge 70% nas 12 horas, ou seja, se o animal não ingerir o colostro dentro das primeiras horas de vida, ele fica mais suscetível a diversas doenças e seu desempenho pode ser comprometido”.
Desta forma, a equipe deve garantir que o leitão tenha acesso ao colostro logo após o nascimento e, consequentemente, fiquem menos expostos aos desafios ambientais sem a devida proteção. “Sabendo dessa importância da ingestão do colostro, é imprescindível assegurar que todos os leitões consumam uma quantidade de 250 a 300 gramas desse alimento, índice suficiente que garante um ótimo perfil imunológico, taxa de sobrevivência e desenvolvimento dos animais”, complementa.
Conhecendo a Granja de Colinas
A granja conta com sete colaboradores que seguem as orientações da equipe técnica para os manejos de produção e melhoramento genético, os quais permitem garantir a reposição do plantel dos integrados da cooperativa Dália.
A unidade conta com três etapas: adaptação de leitoas, local onde se prepara as matrizes para a inseminação; a gestação, que é a etapa até o parto, e a maternidade, quando fecham os 21 dias de alojamento e os leitões estão prontos para serem enviados aos crecheiros.