*Michelle Branco
A indústria de carnes é um setor importante tanto para a economia brasileira quanto para a cenário global. O Brasil é líder na produção de carne bovina, suína e de frango, com números impressionantes. Em 2021, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, o país produziu mais de 10 milhões de toneladas de carne bovina, 14 milhões de toneladas de carne de frango e continuou a expandir sua presença no mercado global.
A demanda global por proteína animal também permanece em constante crescimento, o que impulsiona a importância contínua desse setor. As estatísticas de mercado ilustram vividamente o impacto e a relevância econômica e nutricional da indústria de carnes. Entre os seus numerosos processos, é possível destacar a higienização, um dos mais importantes, pois garante a integridade do produto e a segurança do consumidor.
Essa é uma etapa fundamental para a indústria de carnes, devido à sua sensibilidade à contaminação microbiológica. A implementação de práticas de higiene adequadas não apenas protege os consumidores contra DTAs (Doenças Transmitidas por Alimentos), mas também preserva a integridade da indústria e fortalece a confiança do público consumidor, além de reduzir desperdícios. Por isso, a higienização é um requisito inquestionável para as empresas envolvidas na produção de carne, com benefícios tanto econômicos quanto em termos de saúde pública.
Para isso, são utilizados produtos químicos como os detergentes alcalinos, usados para a remoção de sujeira, gordura e proteínas de equipamentos e superfícies; desinfetantes como quaternários de amônio, hipoclorito de sódio e ácido peracético, que eliminam microorganismos patogênicos.
Também são usados nesse processo o ácido peracético, um desinfetante eficaz contra uma ampla gama de microorganismos; o peróxido de hidrogênio, que além de desinfetante é também um agente branqueador; o ácido cítrico, utilizado na remoção dos depósitos de minerais e escala e os solventes orgânicos, usados para a remoção de resíduos de graxa e óleo em situações específicas, além do sabão neutro para a limpeza. Existem ainda as operações com vapor e gases inertes que garantem a esterilidade do produto quando entregue ao cliente final.
Um dos pontos sensíveis da etapa de higienização, é o controle e eliminação de riscos de contaminação. As válvulas utilizadas, por exemplo, precisam ser específicas para processos estéreis, sanitários e higiênicos, mesmo em cenários críticos.
Quando se fala nas aplicações com fluídos agressivos, sejam eles ácidos ou alcalinos, é necessário entender a natureza química do produto para definir o melhor material a ser utilizado. Assim é possível garantir a longevidade dos componentes e a segurança de todo o processo de higienização.
A aplicação em baixas temperaturas exige a utilização das válvulas diafragma plásticas como a família GEMÜ R690, montada pela multinacional em sua fábrica instalada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Essa série de válvulas possui uma variedade de composições poliméricas para atender os mais diferentes tipos de agentes higienizantes. Já os processos que usam temperaturas acima de 60°C, a melhor indicação é a válvula diafragma com corpo metálico, revestido ou não. Entre elas está a GEMÜ 620 , com ou sem revestimento. Essas peças se adequam às características químicas exigidas por meio de sua tecnologia de ponta. Além das opções de válvulas diafragma, no uso de fluidos como água de processo ou de reuso, ou mesmo estações de tratamento de efluentes, a válvula borboleta é a alternativa mais indicada, pois permite menor resistência e maior vazão. Ainda sobre as válvulas de passagem plena, é fundamental considerar os modelos de válvula esfera e suas variadas configurações e certificações. Essa solução atende aplicações de fluidos, gases e vapores.
Nos processos de higienização, é necessário considerar as linhas de águas quentes e vapores. A alta temperatura, tipicamente acima de 82°C, é eficaz na eliminação de microorganismos patogênicos, desintegração de resíduos de gordura e proteína e na remoção de sujeira incrustada em equipamentos e superfícies. O vapor e a água quente não apenas proporcionam uma limpeza eficiente, mas também contribuem para a prevenção de contaminações cruzadas e a manutenção dos padrões rigorosos de higiene exigidos na indústria de carnes, com segurança e qualidade.
Para esses casos, a indicação é a válvula globo angular e linear, que auxilia não somente com a passagem de fluidos, mas também no controle preciso da vazão, pressão e temperatura, de preferência que sejam compostas por posicionadores e controladores elétricos, o que acrescenta uma alta eficiência energética e melhor controle do processo.
*Michelle de Lima Branco, Engenheira Química e de Processos da Gemü do Brasil.