O saldo da balança comercial do Agro Paulista registrou superávit de US$ 23,34 bilhões em 2023, valor recorde da série histórica, sendo 11,8% superior na comparação com o ano de 2022, de acordo com os dados consolidados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. As exportações atingiram o recorde de US$28,39 bilhões, um aumento de 9,3% em relação a 2022, e as importações tiveram queda de 1% no período, registrando US$5,05 bilhões.
A participação das exportações do agronegócio paulista no estado em 2023 foi de 40% e das importações setoriais de 7,0%. As exportações totais de São Paulo somaram US$71,03 bilhões (20,9% do total nacional), e as importações, US$71,78 bilhões (29,8% do total do país). Em relação ao mesmo período de 2022, houve aumento nas exportações de 2% e queda de 12% nas importações.
De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, o recorde demonstra a força do agro paulista e o setor sucroenergético tem contribuído fortemente para o bom desempenho das exportações paulistas. Os derivados da cana – açúcar e etanol – garantem o primeiro lugar dos embarques mensais, representando 40% das exportações do Estado de São Paulo. “Embora a participação do etanol ainda seja pequena no resultado da balança, o combustível tem se destacado quando o assunto é minimizar o impacto ambiental, foco dos mais importantes eventos internacionais sobre o clima. Nosso objetivo é tornar o Estado de São Paulo referência no uso de energias renováveis e indústria verde. Uma revolução silenciosa está ocorrendo nos campos rurais paulistas, o chamado “pré-sal caipira”, revela Guilherme Piai.
Exportação por Grupo de Produtos
Os cinco principais produtos exportados em 2023, e que representaram 79,3% das vendas foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 10,76 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 88,2% e o álcool etílico – etanol, 11,8%); complexo soja (US$ 3,64 bilhões, tendo a soja em grão 82,7% de participação no grupo); setor de carnes (US$ 3,15 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 82,6%); produtos florestais (US$ 2,70 bilhões, com participações de 51,1% de celulose e 41,1% de papel) e o grupo de sucos (US$ 2,27 bilhões, dos quais 97,7% referentes a suco de laranja).
O grupo de café, tradicional nas vendas externas paulistas, aparece na oitava posição, com vendas de US$896,95 milhões (69,0% referentes ao café verde e 24,4% de café solúvel).
Em 2023 na comparação com 2022, importantes alterações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, registram aumentos para os do complexo sucroalcooleiro (+26,8%) e de sucos (+18,3%), e quedas nos de carnes (-21,1%), café (-11,8%), florestais (-1,2%) e complexo soja (-0,2%).
Principais destinos das exportações paulistas
A China é o principal destino das exportações do estado com US$7,26 bilhões e detém 25,6% de participação no total do agro paulista. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$3,83 bilhões, 11,9% de participação em 2023, seguido pelos Estados Unidos (US$2,81 bilhões, participação de 9,9% e incremento de 9,41% em valores). Completando os 10 principais destinos, em participação, aparecem Índia (3,5%), Indonésia (2,7%), Arábia Saudita (2,4%), Nigéria (2,3%), Argélia (2,2%), Coreia do Sul (2,1%) e Marrocos (2,0%), que representam 65% do total.
Dos três principais parceiros do agro SP, a China importou principalmente produtos do complexo soja (33,4%), carnes (22,3%), setor sucroalcooleiro (18,6%) e produtos florestais (13,5%). A União Europeia predomina o grupo de sucos (33,8%, basicamente de laranja), seguidos do sucroalcooleiro (13,9%) e café (10,8%), enquanto os Estados Unidos (28,4%) são do grupo de sucos, sucroalcooleiro (14,2%), carnes (13,3%), produtos florestais (8,9%) e café (4,5%).
Importações paulistas
Em 2023, os principais produtos de importação do agronegócio paulista foram: papel (US$394,16 milhões), salmão (US$380,16 milhões) e trigo (US$300,08 milhões) e representando 21% do total importado (US$5,05 bilhões).