Pecuaristas cearenses, principalmente os dedicados à criação de gado de corte – homens e mulheres – mostram-se preocupados com a falta no Ceará de um frigorífico industrial, moderno e grande, capaz de atender às necessidades dos criadores e de reduzir a invasão de carne procedente de outros estados, onde esse equipamento existe e garante a muito boa rentabilidade da atividade pecuária.
Nas cercanias de Fortaleza, na região do Jaguaribe, no Vale do Cariri e até nos Inhamuns, criam-se bois de alta linhagem que têm de ser comercializados – como o são – para outros estados do país.
“Se já contássemos com um frigorífico, esse problema não existiria”, disse um dos agropecuaristas presente ontem a uma reunião do setor, de cuja agenda este foi um dos assuntos em debate.
Alguém sugeriu que a iniciativa privada poderia juntar-se ao governo do estado na elaboração e execução de um projeto cujo objetivo será o de implantação aqui de um frigorífico que teria não só os cortes especiais do boi, mas os produtos próprios de um abatedouro de ponta tecnológica, como os embutidos.
Mas não é, nem será fácil tornar realidade esse sonho – sim, este é mais um sonho do empresariado cearense. Primeiro, o rebanho bovino de corte do Ceará não tem ainda tamanho suficiente para garantir a operação de um moderno e caro frigorífico, mesmo que ela possa produzir, igualmente, carne suína, ovina e caprina – é que também ainda são reduzidos esses rebanhos.
As granjas da avicultura já têm seus próprios abatedouros, modernos, que garantem o abastecimento do mercado local. A pecuária bovina poderá copiar o esforço dos avicultores. Mas um dos entraves é a limitação do rebanho.
Então, resta esperar que se multipliquem os rebanhos de bois, cabras, carneiros, ovelhas e suínos do Ceará.