Aparentemente, um novo ciclo de alta das carnes pode estar começando no mercado internacional. Em fevereiro, após sete meses consecutivos de retração, o preço das carnes, conforme a FAO, sofreu reversão, aumentando quase 2% em relação ao mês anterior. Mesmo assim o índice registrado (112,4 pontos) ficou quase 1% abaixo do observado há um ano.
Quem puxou a virada no mês foi a carne de frango. Graças à maior demanda internacional, alcançou valor 3% superior ao de janeiro, revertendo quatro meses sucessivos de queda. O efeito, porém, ainda é pequeno, pois em relação a fevereiro de 2023 continuou com um preço médio mais de 4% inferior – o pior desempenho entre as três carnes.
A carne suína, por sua vez, registrou aumento mensal de pouco mais de meio por cento, ficando com um valor também inferior (-0,98%) ao de um ano atrás. O aumento no mês (após dois meses de quedas) foi reputado à maior demanda não só por parte da China, mas também, internamente, da Europa Ocidental, onde persiste escassez na oferta.
Já a carne bovina continua sendo a única a registrar valorização anual no preço. Em fevereiro atingiu 119,48 pontos, índice que significou aumento mensal de 2,38% e anual de 6,46%. Segundo a FAO, a alta, desta vez, foi gerada por uma menor oferta por parte da Austrália, envolvida por fortes chuvas que interromperam o transporte do gado das regiões produtoras para os abatedouros.
A despeito do melhor desempenho, nos últimos 12 meses a carne bovina alcança valor médio que se encontra 5,5% aquém do registrado em idêntico período anterior. De toda forma, é uma situação melhor que a da carne de frango, cujo preço nesses 12 meses recuou 8,5%.
Ou seja: só escapa a carne suína, pois o valor médio mais recente se encontra 7,3% acima do alcançado entre março de 2021 e fevereiro de 2023.