Na segunda-feira (01/04), começou a segunda temporada do Exporta Mais Brasil no Nordeste, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que aproxima todas as regiões do comércio exterior. Os Diálogos Exporta Mais Brasil abriram a Rodada de São Luís do Maranhão com foco em couros e peles. Participaram do evento, o presidente da Agência, Jorge Viana, o governador do estado, Carlos Brandão, além de outras autoridades e lideranças do empreendedorismo local.
“O Maranhão tem toda uma vocação para exportação. Tem porto, tem ferrovia, tem os biomas adequados para isso e tem empreendedores. E a ApexBrasil traz dois programas para apoiar os agentes locais a desenvolver esse potencial. Um programa de qualificação, o PEIEX, para preparar as empresas para o mercado internacional, e o Exporta Mais Brasil, que coloca, frente a frente, compradores internacionais e empresários, para promover, nessa edição, a indústria de couros e peles”, afirmou, na abertura, Jorge Viana.
O governador Carlos Brandão também destacou a inserção internacional do estado e o potencial da cadeia de couros e peles. “Nós temos um grande polo coureiro, queremos industrializar essa cadeia, e a partir de amanhã empresas internacionais vão conhecer mais de perto o couro brasileiro e maranhense nas rodadas de negócios promovidas pela Apex”, afirmou.
Exporta Mais Brasil – São Luís do Maranhão
O Exporta Mais Brasil roda o país para que as empresas brasileiras ganhem o mundo. Em 2023, foram 13 os estados visitados para promover as exportações brasileiras. Nesse ano, serão mais 14, e o Maranhão é o primeiro do Nordeste. Como destacou o coordenador de Acesso a Mercado da ApexBrasil, Gustavo Ribeiro, nos Diálogos Exporta Mais, o Maranhão é o segundo estado que mais exportou no Nordeste em 2023. “Nas exportações do estado, tem destaque produtos como soja, celulose e todo o complexo da cadeia de alumínio, que concentram grande parte do total exportado. Um dos desafios é diversificar a pauta exportadora, e viemos aqui mostrar as ferramentas para identificar novas oportunidades para outros produtos”, afirmou.
A edição de São Luís do Exporta Mais Brasil tem foco na indústria dos couros e peles. Na terça-feira (02/04), o Maranhão será a porta de entrada para compradores internacionais de cinco países conhecerem o couro brasileiro. Em parceira com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), a ApexBrasil conduz o Brazilian Leather, projeto que promover as exportações e as melhores práticas no setor de couros e peles. Hoje, o valor das exportações das empresas apoiadas (US＄ 1,02 bilhão em 2023) representa 89% de todas as exportações brasileiras do setor.
Graças à parceria entre a Agência e o CICB, as exportações de couro brasileiras mudaram de padrão, prevalecendo atualmente produtos de maior valor agregado (couros acabados e semiacabados), enquanto à época do primeiro projeto mais da metade das exportações eram de couro wet blue (um grau de processamento que apenas torna a pele animal imputrescível).
Conforme o presidente da ApexBrasil, “a rodada de São Luís é mais um passo para trazer novos parceiros voltados para uma realidade nova, de ações ecologicamente sustentáveis para a cadeia produtiva do setor”.
Qualificação para todos
Por meio do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), a ApexBrasil estimula a crescente participação de micro e pequenas empresas na pauta exportadora, mostrando que exportar não é só para os grandes negócios. O PEIEX-Maranhão está em segundo ciclo de capacitação.
“O PEIEX atende todo o estado do Maranhão. Temos um polo em Imperatriz que atende empresas desse importante polo coureiro, e nossos técnicos do núcleo em São Luís atendem empresas de todos os perfis”, afirmou a gerente de Competitividade da ApexBrasil Clarissa Furtado, que também lembrou que o núcleo está com vagas abertas.
Um dos casos sucesso do PEIEX-Maranhão é o Gin Luna. Raul Loiola, fundador da empresa, conta que o programa foi fundamental para toda a estruturação de seu negócio. “Quando começamos o PEIEX, não tínhamos produto no mercado, nem embalagem, então, montamos todo o negócio com o apoio dos técnicos do PEIEX pensando no mercado nacional e internacional”, contou. Por essa razão, seu produto se chama Gin Luar para os consumidores nacionais e Gin Luna para os estrangeiros.
Assim, segundo o empresário, a exportação mudou sua empresa. “Quando eu descobri o SH6, foi o dia mais feliz da minha vida”, brincou Raul, em referência ao código de exportação de seu produto, que hoje já está no mercado alemão.
Outro caso de sucesso do núcleo é a Doce Pedaço, empresa do ramo de biscoitos finos, fundada em 2012 e que, com o apoio da ApexBrasil, está em expansão internacional, com foco no mercado mexicano. “Quando a equipe do PEIEX me ligou, eu achei que era engano, mas, com o programa, comecei a ver com outros olhos o meu produto e suas potencialidades. Agora sei que não é porque meu negócio é pequeno que não tem capacidade”, disse Ana Luiza Frazão, fundadora da empresa orgulhosa do caminho que está trilhando.
