A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu sua estimativa da safra brasileira de soja para 2025, mas elevou a projeção de exportação da soja em grão. A produção foi ajustada de 170,9 milhões para 169,6 milhões de toneladas, uma queda de 0,8% em relação à previsão de março. Ainda assim, o volume segue como recorde, superando os 154,4 milhões de toneladas colhidos em 2024.
A projeção de embarques foi elevada de 106,1 milhões para 108,5 milhões de toneladas, alta de 2,3%, o que também representa um novo recorde anual, acima dos 98,8 milhões de toneladas de soja exportados em 2024. Segundo a entidade, o aumento reflete uma maior disponibilidade para exportação, com estoques finais mais baixos e esmagamento doméstico em linha com o esperado.
A previsão de estoque final de soja em grão caiu de 9,1 milhões para 5,4 milhões de toneladas (-40,6%), indicando escoamento mais intenso da safra ao longo do ano.
A Abiove manteve a projeção de esmagamento da oleaginosa em 57,5 milhões de toneladas, volume 3% superior ao de 2024. As estimativas de produção de derivados também foram mantidas: 44,1 milhões de toneladas de farelo de soja e 11,4 milhões de toneladas de óleo de soja.
Nas exportações desses produtos, a entidade manteve as previsões anteriores: 23,6 milhões de toneladas para o farelo e 1,4 milhão de toneladas para o óleo. As importações de óleo seguem projetadas em 100 mil toneladas, volume que havia sido revisado em março. O consumo interno de óleo de soja está mantido em 10,1 milhões de toneladas, abaixo dos 10,5 milhões de toneladas estimadas anteriormente, refletindo o impacto do adiamento da elevação da mistura obrigatória de biodiesel (B15), que passaria de 14% para 15% em março.
Com menor consumo interno, o estoque final de óleo permanece estimado em 516 mil toneladas, o maior volume desde 2022, quando o setor encerrou o ano com 520 mil toneladas. Para o farelo, o consumo doméstico continua previsto em 19,5 milhões de toneladas, e o estoque final em 3,579 milhões de toneladas.
A Abiove também atualizou os dados mensais de processamento. O esmagamento em fevereiro foi de 3,54 milhões de toneladas, alta de 5,2% em relação a janeiro e queda de 2,9% frente a fevereiro de 2024, considerando o ajuste amostral. No acumulado de janeiro e fevereiro, o processamento somou 6,9 milhões de toneladas, retração de 3% ante igual período do ano passado.
Para o complexo soja como um todo – grão, farelo e óleo -, as exportações totais devem alcançar 133,5 milhões de toneladas em 2025, avanço de 6,3% sobre o ano anterior. Apesar do crescimento em volume, a Abiove estima queda na receita cambial. As vendas externas devem gerar US$ 51,57 bilhões em 2025, recuo de 4,4% ante os US$ 53,94 bilhões de 2024 e bem abaixo dos US$ 67,32 bilhões registrados em 2023, devido à desvalorização internacional das commodities.
As importações de soja seguem estimadas em 500 mil toneladas, destinadas principalmente ao abastecimento regional nas Regiões Norte e Nordeste.
Uma nova atualização das projeções está prevista para meados de maio, com base nos números consolidados da colheita e no desempenho das exportações no primeiro quadrimestre.