Com portos ainda dominados pela soja, analista projeta retomada dos embarques apenas a partir de setembro; conflitos no Irã preocupam o mercado.
As exportações brasileiras de milho em junho seguem em ritmo muito abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou apenas 67.091,1 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos primeiros dez dias úteis do mês, o que corresponde a apenas 7,8% do volume exportado em junho de 2024, que foi de 850.892,8 toneladas.
A média diária de embarques ficou em 6.709,1 toneladas, uma retração de 84,2% frente às 42.544,6 toneladas/dia úteis registradas no ano passado.
“Exportação mesmo a gente vai ver somente no segundo semestre. Até agosto a soja vai tomar conta dos portos, depois de agosto em diante ela começa a dar espaço para o milho ganhar força. Porém, o volume de milho deve crescer mesmo em setembro, outubro em diante”, destaca Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting.
O ponto de atenção, na opinião de Brandalizze, fica para os conflitos envolvendo o Irã, que é um dos principais compradores de milho brasileiro. “O Irã levou quase 40% do milho brasileiro, então é o nosso grande comprador. É importante ver como vai andar essa situação”.
No faturamento, o Brasil arrecadou US$ 26,831 milhões no acumulado do mês até agora, contra US$ 170,7 milhões em todo o mês de junho do ano passado. A média diária caiu 68,6%, saindo de US$ 8,53 milhões para US$ 2,68 milhões por dia útil.
Por outro lado, o preço médio pago por tonelada saltou 99,4% no período, indo de US$ 200,60 em junho de 2024 para US$ 399,90 até o momento em junho de 2025.