Crescimento expressivo reforça papel do seguro como instrumento de estabilidade financeira e apoio à sustentabilidade da pecuária nacional.
O seguro pecuário segue em trajetória de expansão e consolidação no Brasil. Entre janeiro e agosto de 2025, a arrecadação do produto aumentou 33,8%, totalizando R$ 128,4 milhões, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
O crescimento reflete o papel estratégico do seguro como instrumento de estabilidade financeira para os pecuaristas, em meio a um cenário de volatilidade econômica e pressões externas sobre o mercado da carne brasileira.
A alta na procura pelo seguro está diretamente relacionada ao movimento de proteção dos produtores diante das tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações de carne bovina nacional. A medida ameaçou a competitividade do produto brasileiro e gerou incertezas de mercado, afetando margens e a capacidade de investimento no campo.
Diante desse contexto, os pecuaristas passaram a enxergar o seguro pecuário não apenas como uma ferramenta de cobertura de riscos — como doenças, acidentes e eventos climáticos extremos —, mas também como um ativo estratégico de gestão financeira.
O produto permite mitigar perdas de receita em momentos de crise e viabilizar o acesso ao crédito rural, já que instituições financeiras tendem a priorizar operações amparadas por seguros.
“O seguro pecuário vem se consolidando como uma âncora de segurança para o produtor. Em um mercado cada vez mais sensível a variações externas e climáticas, ele garante continuidade produtiva, previsibilidade de renda e maior capacidade de planejamento”, avalia Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
“Hoje, muitos pecuaristas entendem que o seguro não é apenas uma proteção contra perdas eventuais, mas uma ferramenta essencial de gestão do negócio. Ele permite atravessar períodos de instabilidade sem comprometer a produção e, ao mesmo tempo, reforça a confiança de bancos e investidores no setor”, acrescenta.
O avanço da demanda também está ligado a uma mudança de mentalidade no campo, impulsionada por uma maior consciência sobre gestão de risco entre médios e grandes produtores. A combinação de fatores climáticos — como estiagens prolongadas e incêndios — com a instabilidade internacional das commodities tem acelerado a busca por proteção.
Nesse cenário, o seguro pecuário assume papel central na resiliência do agronegócio brasileiro, ajudando a sustentar o fluxo de caixa das propriedades, reduzir perdas econômicas e manter a competitividade global da pecuária nacional.

















































