As autoridades da Catalunha anunciaram neste sábado (7) que cinco laboratórios estão sob investigação por suspeita de vazamento do vírus da peste suína africana (PSA), que voltou a ser detectado na Espanha após mais de 30 anos. A informação foi confirmada pelo presidente regional da Catalunha, Salvador Illa, em coletiva de imprensa.
“Foi solicitada uma auditoria de todas as instalações que, na zona de risco de 20 quilômetros, estão trabalhando com o vírus da peste suína africana”, afirmou Illa.
“São poucos centros, não mais do que cinco”, completou, referindo-se às estruturas sob apuração.
A investigação foi ampliada após a detecção de 13 javalis mortos próximos a Barcelona, positivos para o vírus — o primeiro foco da doença no país desde 1994. Até o momento, nenhum caso foi confirmado em rebanhos comerciais.
Rebanhos monitorados e consumo liberado com segurança
Segundo Illa, os 80 mil suínos das 55 fazendas situadas na zona de risco estão saudáveis e poderão ser destinados ao consumo humano, seguindo protocolos sanitários rigorosos.
“Esses animais poderão ser comercializados no mercado espanhol com total segurança, de forma progressiva”, assegurou o dirigente.
A Catalunha é, atualmente, a única região espanhola afetada pela doença, o que tem gerado grande preocupação no país — o maior produtor de carne suína da Europa e o terceiro maior do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos.
Hipótese de vazamento laboratorial
O Ministério da Agricultura da Espanha confirmou que está avaliando a possibilidade de o surto ter se originado em um centro de pesquisa, após receber relatório do laboratório de referência da União Europeia, responsável pelo sequenciamento genético do vírus.
De acordo com o ministério, o genótipo identificado no foco espanhol não corresponde às cepas atualmente em circulação em outros países europeus, mas sim à “Georgia 2007”, uma variante frequentemente usada em infecções experimentais de laboratório.
Doença sem risco humano, mas devastadora para suínos
A peste suína africana é uma doença viral hemorrágica, inofensiva para os seres humanos, porém letal para suínos domésticos e javalis, com taxa de mortalidade próxima a 100%.
Desde 2014, a enfermidade tem se espalhado por diferentes regiões da Europa, causando graves prejuízos econômicos e restrições comerciais ao setor suinícola.
Fontes: Ministério da Agricultura da Espanha / Governo da Catalunha / Agência EFE






















































