ABCS acompanha caso de Peste Suína Africana nas Américas após relato na República Dominicana

Suinocultura nacional segue em alerta com a doença que vem avançando no mundo, e reforça as medidas de biosseguridade para resguardar o rebanho

A última semana tem sido de atenção após a confirmação de focos de Peste Suína Africana (PSA) em rebanhos de suínos nas províncias de Sanchez Ramirez e Montecristi, localizadas na República Dominicana, no último dia 28 de julho. A notícia ligou o alerta de países produtores de toda a América, entre eles o Brasil, que se destaca como o quarto maior produtor mundial e é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença desde 1984.

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) vem acompanhando a questão junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgãos estaduais de Defesa Agropecuária e setor privado da suinocultura, que têm desenvolvido e reforçado ações que evitem o ingresso da PSA no Brasil.

O Caso de PSA na República Dominicana foi relatado e confirmado pelo Serviço Veterinário Oficial (Ministério da Agricultura da República Dominicana) após resultados de testes realizados pelo Laboratório de diagnósticos de doenças em animais (USDA – Plum Island), e sendo avaliadas 389 amostras coletadas de suínos referentes a criações de subsistência. Atualmente o país possui um rebanho de aproximadamente 1.8 milhão de suínos, sendo que as províncias afetadas possuem 19.600 animais, onde foram confirmadas até o momento 273 casos da doença em criações não tecnificadas, com um total de 842 suínos sacrificados.

Primeiros focos (em amarelo) reportados à OIE, pelo Serviço Veterinário Oficial da região, nas províncias da República Dominicana.
OIE, 2021. Disponível no link: https://wahis.oie.int/#/report-info?reportId=3684

Após a confirmação do diagnóstico para PSA, o Governo Dominicano, por meio de seu Ministério, acionou o Comitê Nacional de Emergência para Doenças Exóticas de Animais Domésticos, que instaurou algumas ações imediatas como forma de garantir a produção nacional de suínos.

Sendo algumas delas:

01 – Proibição de trânsito (entrada e saída) de suínos vivos e abatidos nas províncias afetadas;

02 – Estabelecimento estratégico de pontos de controle em ambas as províncias com o apoio dos militares, visando a ampliação da vigilância e estabelecimento de barreiras;

03 – Realização de investigações epidemiológicas.

04 – Outra medida que está sendo discutida é a instauração de um fundo para custear as ações de emergência sanitária na região.

No entanto, essa semana a situação se agravou, com relatos de ocorrência da PSA pelas autoridades, que detectaram a presença da doença em 11 províncias da República Dominicana, e com suspeitas também no Haiti. No entanto, ainda não oficializado perante a OIE. E com isso aumentando as ameaças de disseminação no país e ao Brasil, requerendo que todos os países das américas estejam alertas a presença detecção da PSA na República Dominicana. Vale reforçar que o vírus da Peste Suína Clássica está presente na República Dominicana e a vacinação é praticada há mais 20 anos.

Atualização Brasil
Assim que houve a confirmação da doença nas américas, no dia 29 de julho, em uma reunião em conjunto com o setor, o MAPA reforçou que a PSA entrará no Plano Integrado de Vigilância de Doenças de Suínos, que redefinirá os componentes do sistema como vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e vigilância sorológica em suínos asselvajados. Essas ações são em prol do compromisso em manter e melhorar a vigilância dessa importante doença, visando proteger a suinocultura nacional.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, alerta para que todos os produtores e demais profissionais ligados à suinocultura redobrem as medidas de biosseguridade nas granjas, e mantenham a vigilância quanto aos sinais clínicos suspeitos da doença. Com isso, enfatiza para que as granjas e as agroindústrias realizem treinamentos de todas as equipes. Para Lopes, “precisamos estar atentos e, sob qualquer suspeita, entrar em contato com o SVO mais próximo para rapidamente atuarmos”. Ainda, solicita que os produtores busquem evitar a entrada de visitantes e redobrem as barreiras físicas (cercas) nas granjas quanto ao risco de adentrar suídeos asselvajados.

A diretora da ABCS, Charli Ludtke, falou sobre a importância de buscar informações sobre a doença: “A ABCS disponibiliza uma série de materiais técnicos digitais que podem ser replicados nas capacitações em granjas e indústrias. Temos excelentes materiais disponíveis, elaborados pelo Serviço Veterinário Oficial e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de forma a unir esforços para resguardar o rebanho nacional”, explica.

Confira os materiais completos em: https://wahis.oie.int/#/report-info?reportId=3684 http://abcs.org.br/materiais-psa/

PSA e as medidas de prevenção
A Peste Suína Africana (PSA) é uma doença viral fatal dos suínos, que acomete tanto os domésticos como suídeos asselvajados, sem predileção por idade, sexo, raça ou tipo de exploração econômica. É uma doença altamente contagiosa que não tem vacina e nem tratamento, e pode gerar graves problemas no rebanho e grandes perdas econômicas.

A prevenção para a introdução da PSA em países livres da doença depende da adoção de medidas de biosseguridade para evitar a introdução do vírus, ou de produtos infectados nas zonas livres.

Dentre as medidas de biosseguridade em granjas, temos:

Evitar visitas nas unidades de produção, pois todo o visitante pode ser um risco a introdução de patógenos, e, caso haja visitas, realizar o vazio sanitário e todas as demais medidas de biosseguridade
recomendadas pela unidade de produção
Isolamento e quarentena dos suínos importados.
Evitar a entrada de pessoas recém-chegadas ao país (pelo menos 72 horas).

Descarte apropriado de restos de alimentos oriundos de áreas infectadas (incineração ou esterilização).

Nos criatórios não tecnificados, em hipótese alguma deve-se usar resíduos proveniente de aterros sanitários. Restos de comida de restaurantes, ou mesmo domésticos, também devem ser evitados, especialmente se não forem submetidos a cozimento.

Barreiras físicas impedindo a entrada de outros animais (cães, gatos, animais silvestres e asselvajados e outros) no perímetro da granja, bem como insetos e roedores nos galpões.
Controle de moscas e carrapatos.

Desinfetar e controlar a entrada de equipamentos, implementos, materiais e suprimentos, na entrada da granja.
Realizar capacitações orientando os funcionários e a implementação de medidas de biosseguridade na granja.

São medidas que devem ser reforçadas para viajantes:

Reforço na inspeção de bagagens de passageiros com intuito de verificar a vinda de alimentos e outros materiais, não autorizados que podem ser potenciais veiculadores desta doença, atividade onde se insere o emprego dos cães detectores do MAPA.

Proibição da entrada de carne (in natura ou industrializada) no país por meio das bagagens;

Fiscalização do descarte adequado de resíduos alimentares provenientes de bordo de aeronaves comerciais e navios, quando procedentes de países infectados por essa doença.

Descarte de forma correta, roupas e calçados usados durante as visitas internacionais, pois mesmo a lavagem não garante que os acessórios fiquem livres dos patógenos.

Estados Unidos
Os Estados Unidos também tomaram medidas de prevenção para evitar que a doença ultrapasse fronteiras e adentre outros territórios. Em decorrência disso, a entrada de suínos e produtos derivados de suínos da República Dominicana está atualmente proibida em decorrência das restrições existentes contra a PSC. Outra linha de ação é através do Departamento de Segurança Interna e Proteção de Fronteiras (CBP), que está aumentando as inspeções de voos da República Dominicana para garantir que os viajantes não tragam produtos proibidos (de origem animal) para os Estados Unidos. A CBP também garantirá que os restos de comida de bordo desses aviões sejam descartados de maneira adequada para evitar a transmissão da PSA.

 

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