Oportunidades e campanhas de incentivo que conversam com os consumidores têm impactado o crescimento do consumo
Dados de mercado também mostram que a carne suína vem conquistando consumidores de outras proteínas. De acordo com análise feita pela ABCS, desde 2015, o brasileiro mantém a média de cerca de 89 kg per capita de carne consumidas ao ano, mas tem feito mudanças inteligentes para poder continuar consumindo proteína com mais frequência a um custo mais acessível. Por isso, a carne suína aumentou mais de 2,4kg até 2020, enquanto a carne bovina diminuiu cerca de 3.9 kg per capita. A expectativa é que em 2021, essa troca se torne ainda mais expressiva devido às altas de preços do boi e ao momento econômico que o brasileiro vem passando, o que trouxe oportunidades para mostrar ainda mais as vantagens de inserir carne suína no dia a dia dos brasileiros.
O técnico de T.I, Felipe Alves, 26, conta que o consumo de carne suína em sua casa aumentou consideravelmente no último semestre. “Acabamos trocando a carne bovina por outras proteínas, especialmente a suína e temos gostado da substituição. A carne suína é igualmente saborosa quando comparada a qualquer outra carne, com os mais variados tipos de cortes e modos de preparo e não deixa a desejar em nada.” Ele encara o cenário atual como uma porta de entrada para a oportunidade de descobrir a carne suína, e declara que esses hábitos vão continuar se mantendo. “Acho que a carne suína ganhou um espaço maior e em definitivo no lar dos brasileiros e acabou sendo uma oportunidade de a carne suína mostrar seu valor e acabar com qualquer desinformação ou receio que impediam o consumo.”
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, avalia que a carne suína vem ganhando espaço entre os consumidores, em detrimento de outras proteínas há cerca de 5 anos pela sua vantagem de custo benefício e seu sabor, mas principalmente pelo trabalho sistêmico de educação que tem sido desenvolvido. “Podemos considerar esse aumento fruto do árduo trabalho de todo o setor, que vem se empenhando em produzir carne suína com o máximo de qualidade, aumentando a produtividade, inovando na apresentação dos cortes, e também trabalhando a divulgação de informações corretas junto aos consumidores.”
Dentro dessas ações a ABCS vem investindo em campanhas de marketing e promoção da carne suína, como a Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), que acontece anualmente ao lado das maiores e melhores redes de varejo do país, crescendo em número de redes, lojas, estados abrangidos, trabalhadores capacitados e clientes impactados a cada edição. Este ano com a adição de 10 redes de varejo, que entram com 22 bandeiras de supermercados, hipermercados e hortifrútis, 1.847 lojas presentes em todas as regiões do Brasil, a SNCS aproveita o tema churrasco, como um gancho para inserir mais ainda a carne suína na cultura dos brasileiros, mostrando que ela pode preencher a lacuna para quem quer continuar aproveitando essa atividade com muita qualidade e sabor. Além disso, para se aproximar dos pequenos e médios varejistas e dos públicos C, D e E, a ABCS protagonizou a campanha “Carne de porco: bom de preço, bom de prato”, que vem atuando em parceria de todas as associações e frigoríficos contribuintes com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), desde o mês de Abril de 2021, e já resultou em quase R$1 milhão em venda de carne suína, com mais de 44 toneladas de carne vendidas em 5 estados e no Distrito Federal.
Além de grandes campanhas, o trabalho do marketing como ferramenta tem sido fundamental para divulgar a carne suína, criando possibilidades para que o consumidor possa ver a proteína como um universo de possibilidades, e não só um prato para ocasiões tradicionalmente especiais. Através da criação do conceito Escolha Mais Carne Suína, de cartilhas com receitas e de ações realizadas ao longo de todo o ano, a ABCS e todas as associações que compõe o Sistema, tem se empenhado em dialogar com nutricionistas, chefs de cozinha, merendeiras, influenciadores, estudantes de gastronomia, nutrição e veterinária, e todos os agentes que podem atuar como propagadores dessa ideia. O estudante Rodrigo Gonçalves, 25, exemplifica essa importância, já que tem aumentado bastante o consumo de carne suína durante o último ano, não apenas pelo custo benefício, mas por indicação nutricional. “Na minha dieta consumo 400 g de proteína diariamente, experimentei o filé mignon suíno pela primeira vez por indicação do meu nutricionista. Por ter aumentado o consumo da carne suína descobri mais dois novos cortes, a picanha e a alcatra. Gostei muito do filé por ser uma carne magra, da picanha pela suculência e da alcatra pelo sabor.” Ele destaca também que além de novos cortes, descobriu novas formas de preparo, com destaque para carne suína ao molho e assada com batatas e mostarda.
Para a diretora de marketing e projetos da ABCS, Lívia Machado, o trabalho de promoção da carne suína está em agregar valor, criar oportunidades e conquistar o direito da atenção dos consumidores através da jornada estratégica que vem sendo trilhada pela ABCS, com apoio do FNDS. “Temos crescido muito com ações e iniciativas para aumentar o consumo de carne suína através de um trabalho sistêmico e investimentos de toda a cadeia. Esses resultados nos mostram que estamos no caminho certo, que a suinocultura brasileira ainda tem muito a crescer, e aponta também o potencial do conceito Escolha Mais Carne Suína como uma plataforma de conexão com os consumidores, que pode impulsionar ainda mais os bons resultados que já temos, assim como em cases de benchmarking na União Europeia e nos Estados Unidos.”