De acordo com o portal de notícias Angola 24 horas, o governo angolano proibiu a importação de vários alimentos – como as carnes bovina, suína e de frangos, ovos, farinha de trigo, leite, etc. – além de mais de uma centena de outros produtos.
A proibição não será aplicada imediatamente. Mesmo assim entra em vigor em menos de 90 dias, ou seja, a partir de 15 de janeiro de 2024. Vem acompanhada da explicação de que “a produção local já é capaz de dar resposta ao consumo da população”.
Pelo menos em relação à carne de frango a justificativa deixa dúvidas. Pois mesmo estando previsto para este ano um incremento de 17% no volume (há estímulos do governo para o setor), a produção de carne de frango de Angola não deve passar de 42 mil toneladas. E só nos nove primeiros meses de 2023 o Brasil já destinou àquele mercado 43 mil toneladas do produto.
É verdade que, neste ano, as importações angolanas já recuaram 30%, fazendo com que o país – que em 2022 foi o 13º principal importador da carne de frango brasileira – recuasse neste ano para 22ª posição. Mas quem perde mais são os EUA, visto que Angola se colocou, no ano passado, como o quinto principal mercado da carne de frango norte-americana.
Feitas as contas, a produção de carne de frango de Angola em 2022 não chegou às 40 mil toneladas. Pois isso representou cerca de 15% do total exportado para lá conjuntamente por Brasil e EUA – 180 mil toneladas pelos EUA, 105 mil toneladas pelo Brasil.