Dirigentes da Associação Irlandesa de Agricultores (IFA, na sigla em inglês) alertaram o Comissário Europeu para Agricultura, Christophe Hansen, que níveis cada vez maiores de regulamentação nos setores de suínos e aves são impraticáveis e insustentáveis para os produtores.
O presidente do segmento de aves na Associação, Nigel Sweetnam, disse ao comissário que permitir a entrada de mais frango do Mercosul na UE e, ao mesmo tempo, reforçar as regras para os avicultores coloca a produção em risco.
“Os aumentos no custo de produção impostos pela Comissão são insustentáveis. Se a UE espera que cumpramos essas regulamentações, em troca deve nos apoiar e não prosseguir com o acordo do Mercosul, que desestabilizaria o mercado”, disse Sweetnam.
“Os criadores não podem arcar sozinhos com os ônus financeiros e logísticos das novas regulamentações. Nem podemos arcar com o fardo do acordo comercial do Mercosul. “Se a UE quiser defender a agricultura sustentável, deve garantir que as suas políticas sejam práticas e realizáveis para aqueles que estão no campo e não sejam prejudicadas por importações baratas.”
Setor suíno
O recém-eleito presidente da IFA para suínos, Michael Caffrey, afirmou que uma expansão planejada da diretiva de emissões industriais (IED, na sigla em inglês) para cobrir granjas tão pequenas quanto unidades integradas de 100 matrizes é injusta, pois a diretiva tem como objetivo lidar com a poluição da indústria.
“Granjas não são operações industriais e não devem ser classificadas sob a mesma estrutura regulatória das indústrias químicas”, comentou Caffrey. “As granjas de suínos e aves já estão indevidamente sujeitas à IED e isto não deveria se aplicar a elas.”
Caffrey também mencionou a revisão da UE sobre as regulamentações de transporte e bem-estar animal como uma área de legislação que parece destinada a afetar os agricultores. Pelas propostas apresentadas, os aumentos nos requisitos de espaço para transporte de animais propostos nesta revisão exigiriam quase meio milhão de viagens adicionais de caminhão a cada ano no encaminhamento dos suínos engordados para os abatedouros, disse ele.
O presidente do grupo questionou as implicações que isso teria para “a sustentabilidade, as pegadas de carbono e as próprias metas de redução de carbono da UE”.