O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que tem certeza que o Brasil vai conseguir ampliar o número de frigoríficos habilitados para exportar carnes para a China. Segundo ele, novas auditorias serão realizadas pelos chineses. A intenção é formar lotes de plantas para que a checagem do atendimento aos critérios não seja feita de forma individual.
Em março, a Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) habilitou 38 frigoríficos, número recorde de autorizações de uma só vez. Com isso, a expectativa é incrementar em R$ 10 bilhões o faturamento das exportações de proteínas animais do Brasil para o país asiático.
Naquela oportunidade, 32 frigoríficos foram “reprovados” e não tiveram habilitação para a exportação por conta de pendências técnicas.
Fávaro disse, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (22/5), que praticamente todas as plantas devem atender aos critérios na próxima auditoria.
“Na hora que der um lote de 10, 15 ou 20 frigoríficos, faremos uma nova auditoria e tenho certeza que esse número se ampliará. Praticamente todas as plantas estão aptas”, disse o ministro.
Fávaro também reforçou a expectativa de que a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) reconheça o status do Brasil como zona livre de febre aftosa sem vacinação em 2025. Com isso, o país poderá acessar mercados mais remuneradores, como Japão e Coreia do Sul, disse o ministro.
“O Japão paga 20% mais que qualquer país do mundo, e hoje compra da Austrália e dos Estados Unidos, de países com garantia sanitária e preços mais acessíveis. No Brasil, os preços mais acessíveis para eles serão muito remuneradores para nós”, disse Fávaro.
Segundo o ministro, em breve o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá ao Chile. O país sul-americano deverá anunciar alguma medida relacionada ao reconhecimento de áreas do Brasil como livres da aftosa sem vacinação. “Teremos boas notícias para agroindústria do Paraná”, disse na audiência.
Exigências ambientais
Fávaro também voltou a defender a formalização do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, mas disse que o Brasil não vai “se curvar” a exigências que extrapolam as leis nacionais. “Se forem exigir para que possam fazer negócios com produtores brasileiros, que procurem outro lugar para comprar”, afirmou.