Jason Weller defende em painel durante a conferência que país pode liderar a transformação do sistema alimentar, com foco em inovação, produtividade, economia e inclusão.
O Brasil tem a oportunidade de consolidar sua posição não somente como um gigante na produção de alimentos, mas como um polo de pesquisa e inovação crucial para a sustentabilidade global. A avaliação foi feita por Jason Weller, Chief Sustainability Officer (CSO) da JBS, durante sua participação no painel “Sistemas Sustentáveis de Pecuária Bovina: Implementando o Balanço Global”, realizado em Belém pela FGV AGRO – Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, com moderação do ex-ministro Roberto Rodrigues, enviado especial para a Agricultura na COP30.
Weller ressaltou que a urgência climática deve ser abordada em conjunto com o enfrentamento da crise de segurança alimentar. O executivo citou dados alarmantes da ONU, indicando que 2,3 bilhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar moderada a grave, um cenário que exige soluções integradas.
Para o CSO da JBS, o caminho para a transformação dos sistemas alimentares, embora complexo, deve ser simplificado em dois pilares fundamentais: garantir transparência e governança em toda a cadeia de suprimentos e oferecer oportunidades econômicas claras aos produtores rurais. Ele argumenta que a sustentabilidade precisa estar alinhada ao interesse comercial, já que o produtor é um empresário que busca eficiência e mercado.
Weller defendeu que focar somente o controle da cadeia, sem resolver a questão de transparência, é ineficaz. Da mesma forma, melhorias de produtividade vão falhar se não estiverem ligadas à melhor governança e rastreabilidade: “Se você fizer uma coisa sem a outra, você realmente não terá sucesso,” afirmou.
O diretor global de Sustentabilidade da JBS destacou o papel da Embrapa por sua “liderança e sua ciência profunda”. Ele citou ainda uma pesquisa da FGV em parceria com a Abiec, que aponta o vasto potencial de descarbonização do setor, indicando que a redução de carbono por quilo de carne produzida pode oscilar entre 79,9% e 92,6% até 2050, dependendo do nível de adoção de práticas sustentáveis.
O executivo reforçou que o programa Escritórios Verdes da JBS evoluiu com o foco na inclusão. “Impedir que os agricultores vendam seus produtos não é uma transição justa. É exclusão. Estamos muito mais interessados na inclusão”, enfatizou. A iniciativa já trouxe mais de 20 mil fazendas de volta à conformidade legal, propiciando a reinserção de mais de 5 milhões de animais no mercado, provando a eficácia do trabalho conjunto na busca pela legalidade e sustentabilidade.












































