Na sexta-feira (9), União Europeia e Chile fecharam parceria que vai liberalizar mais o comércio entre os dois e dar às empresas da UE maior acesso a matérias-primas como lítio e cobre, essenciais para a transição verde da UE.
A parceria, que inclui cooperação em mudanças climáticas, justiça e ciência, faz parte de um esforço da UE para formar alianças para responder às consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia e às preocupações com sua dependência econômica da China.
Sobre matérias-primas, o acordo significa que as empresas da UE serão menos prejudicadas pelo sistema de preços duplo do Chile para uso doméstico ou exportação e potenciais monopólios de exportação, enquanto ainda permite que o Chile promova o processamento doméstico.
Mais de 60% das importações de lítio da UE são do Chile, o maior produtor mundial de cobre e o segundo maior produtor de lítio, enquanto a China controla quase dois terços do processamento mundial de lítio em material para baterias.
“Este certamente será um acordo que nos ajudará a diversificar nossos recursos e sair da dependência da China, em particular nesta fase sobre lítio e cobre”, disse um funcionário da UE.
Os dois parceiros tratariam os investidores da UE e do Chile da mesma forma que os investidores domésticos nos mercados um do outro, inclusive em energia e matérias-primas.
O novo acordo comercial estenderá o acordo existente de 2003, que já liberalizou o comércio em cerca de 96% das linhas de produtos. Com a notável exceção do açúcar, o novo acordo liberalizará o restante.
Aumentará as cotas da UE para aves e outras carnes chilenas e para azeite. A UE poderá vender mais produtos lácteos, principalmente queijo.
Também expandirá um sistema para reservar nomes de alimentos e bebidas para produtos feitos nos locais de origem. Assim, o “prosecco”, por exemplo, será usado apenas para espumante da Itália.
Haverá também uma liberalização de serviços, como entregas, telecomunicações, transporte marítimo e serviços financeiros, e de acesso a contratos do setor público.
Os aspectos comerciais exigem a aprovação do Parlamento Europeu e dos governos da UE para entrar em vigor, o que pode ocorrer em 2024.