A China começará a aplicar, a partir desta quarta-feira (17), tarifas antidumping que variam entre 4,9% e 19,8% sobre as importações de carne suína da União Europeia, com validade de cinco anos. A decisão amplia as tensões comerciais entre Pequim e o bloco europeu.
Segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (16) pelo Ministério do Comércio da China, a medida foi adotada após uma investigação que concluiu que as importações europeias estariam sendo comercializadas com práticas de dumping, causando prejuízos significativos à indústria suinícola chinesa.
Dentro da União Europeia, a Espanha será o país mais impactado. O país é o terceiro maior produtor mundial de carne suína e o principal produtor do bloco, além de ter a China como seu maior destino fora da UE. Em 2024, as exportações espanholas da proteína superaram 1,097 bilhão de euros, o equivalente a 11,2% da produção nacional, segundo dados oficiais.
Reação do setor espanhol
A reação inicial do governo espanhol foi de cautela. De acordo com a AFP, as tarifas aplicadas às empresas do país terão média de 9,8%, percentual considerado “administrável” pelo ministro da Agricultura, Luís Planas, que reforçou que o mercado chinês segue como prioridade estratégica para o setor.
Planas afirmou ainda que a Espanha conseguiu mitigar o impacto final da investigação, em um momento sensível para a cadeia produtiva, que também enfrenta o reaparecimento da peste suína africana, detectada recentemente no país pela primeira vez desde 1994.
Já o diretor-geral da Associação Espanhola da Indústria de Carnes, Giuseppe Aloisio, classificou a decisão chinesa como “injusta”, afirmando que a medida penaliza uma indústria que considera exemplar. Para ele, o setor suíno está sendo usado como moeda de troca em disputas comerciais alheias à atividade.
Pressão comercial entre China e UE
A investigação chinesa teve início após a União Europeia sinalizar a intenção de aplicar tarifas adicionais sobre veículos elétricos fabricados na China, acusando o país de adotar práticas desleais, como subsídios governamentais à indústria automotiva.
Além da carne suína, a China também abriu investigações sobre outros produtos europeus, como conhaque e laticínios, ampliando o embate comercial. Atualmente, Pequim registra um déficit comercial de mais de US$ 357 bilhões com a União Europeia.
As divergências entre as duas partes também se estendem ao campo geopolítico, especialmente em relação à guerra na Ucrânia, tema no qual China e UE mantêm posições opostas.
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