Mesa-redonda abordará como comunicar ações ambientais e sociais do agro de forma ética, estratégica e acessível à sociedade global.
Apresentar, de forma ética e eficaz, as iniciativas positivas do agronegócio brasileiro nas áreas ambiental e social será o foco da mesa-redonda “Mudança Climática e Mulheres COP30 – Dos Fatos à Comunicação”, que integra a programação da 10ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA). O evento ocorre nos dias 22 e 23 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP), com expectativa de reunir mais de três mil mulheres.
O debate será realizado no segundo dia do evento e contará com a participação do presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro e a superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tânia Zanella. Além da presença da moderadora Roberta Paffaro, especialista em Gestão de Risco em Commodities Agrícolas.
Para Roberta, o CNMA tem papel estratégico ao trazer para o centro do debate temas que refletem as transformações do setor no curto e médio prazo. Ela ressalta que ainda há desinformação sobre mudanças climáticas, mas também um trabalho crescente de esclarecimento feito por entidades do agro, associações e pela mídia.
“O Brasil está entre os poucos países com capacidade real de contribuir para a segurança alimentar global. Se há fome, não há paz. Acredito que o viés da demanda crescente por alimentos pode ser a forma mais direta de traduzir o papel do agro”, afirma.
Roberta destaca que garantir a credibilidade do setor diante das mudanças climáticas exige avanço contínuo em práticas sustentáveis. Entre os pontos-chave estão a redução de emissões, a preservação ambiental e o combate ao desmatamento ilegal, essenciais para manter a confiança dos mercados internacionais.
Ela também ressalta a importância de uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, como água e solo, aliada ao monitoramento da qualidade ambiental. Além disso, defende que transparência, rastreabilidade e responsabilidade social são fundamentais para fortalecer a imagem do agro brasileiro e abrir portas para novos mercados.
“A valorização das boas práticas trabalhistas, a inclusão de pequenos produtores e o uso de certificações ESG são caminhos que consolidam o Brasil como referência em inovação, produtividade e sustentabilidade”, destaca.
A presença das mulheres na COP30 também será tema central da mesa. Roberta acredita que elas têm papel decisivo na construção de soluções mais humanas, integradas e eficazes. Para ela, o olhar coletivo e a preocupação com justiça social são diferenciais essenciais quando se fala em clima.
“A criação do grupo de trabalho ‘Mulheres na COP30’ e do Pavilhão das Mulheres em Belém são conquistas simbólicas e práticas. Quando uma mulher fala de clima, ela não fala só do agora — fala do futuro das próximas gerações. E o agro precisa escutar essa voz com atenção”, afirma.
Conscientização e protagonismo feminino
Para Tânia Zanella, o CNMA cumpre uma função essencial ao ampliar o diálogo sobre mudanças climáticas a partir de uma perspectiva diversa e inclusiva. Segundo ela, as mulheres do campo vivem os efeitos das alterações climáticas no dia a dia, seja na produção, na gestão ou nas decisões sobre o uso da terra.
“Ao trazer esse debate para o centro das discussões, o evento promove conscientização, troca de experiências e mobiliza lideranças femininas para que sejam protagonistas das soluções. É assim que construímos um setor mais resiliente e comprometido com o futuro do planeta”, destaca.
Tânia aponta que, embora o tema esteja mais presente na mídia, ainda há o desafio de comunicá-lo de forma acessível, com uma linguagem clara, conectada à realidade das pessoas. Para ela, é essencial mostrar que a crise climática impacta diretamente a alimentação, a saúde, a economia e o bem-estar da população.
“Precisamos comunicar com emoção, por meio de histórias reais de quem já está fazendo a diferença. A comunicação é uma aliada estratégica na mobilização da sociedade”, afirma.
Ela destaca que o agronegócio brasileiro tem avançado em áreas como rastreabilidade ambiental, uso racional de recursos naturais, gestão de resíduos, controle de emissões e conservação da biodiversidade. No entanto, quando esses avanços não são bem comunicados, o setor acaba sendo generalizado injustamente.
“É preciso mostrar com clareza o que já fazemos bem e onde ainda podemos evoluir, sempre com base em dados transparentes e confiáveis. A divulgação dessas ações pode ser intensificada com o apoio de parcerias estratégicas, da mídia e de espaços como o CNMA, que estimulam a troca de experiências e inspiram boas práticas”, completa.
Tânia acredita que a participação feminina na COP30 é essencial porque a agenda climática demanda olhares múltiplos e complementares. Segundo ela, a sensibilidade, a capacidade de articulação e o espírito colaborativo das mulheres são diferenciais poderosos nesse processo.
“Quando uma mulher do agro participa de uma conferência global, ela leva consigo conhecimento técnico, vivências práticas e soluções inovadoras que nascem no chão da roça e podem inspirar o mundo. A presença feminina fortalece a construção de políticas públicas mais justas, inclusivas e eficazes. É hora de ocuparmos todos os espaços — inclusive os de negociação internacional — com voz ativa e protagonismo”, conclui.
Inscrições abertas
A expectativa deste ano é receber mais de 3 mil congressistas na edição especial do CNMA 2025. As inscrições já estão abertas em:
https://www.mulheresdoagro.com.br/inscricao/
Evento: Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
Data: 22 e 23 de outubro de 2025
Local: Transamerica Expo Center – Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro – São Paulo/SP
Informações e Inscrições: www.mulheresdoagro.com.br
Instagram: @congressodasmulheresdoagro