Nas previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), após aumentarem em 2025, as exportações mundiais das carnes bovina e suína podem diminuir em 2026. Ou seja: apenas as exportações de carne de frango continuam em expansão, devendo atingir – nas palavras do USDA – novo recorde.
Para o USDA, desde 2019 o comércio global de carnes vem apresentando uma série de mudanças notáveis. Assim, enquanto o biênio 2017/2018 ficou marcado por taxas de crescimento alinhadas às médias históricas, no biênio seguinte, 2019/2020, o comércio da carne suína disparou. A ponto de, entre 2020 e 2021, superar o comércio de carne bovina e propiciar novos recordes mundiais nas exportações conjuntas das três carnes.
A escalada então observada foi desencadeada por apenas um agente: a demanda chinesa, então afetada por surtos de Peste Suína Africana que reduziram significativamente a produção doméstica. Mas isso se esgotou entre 2022 e 2023, biênio em que o aumento no comércio das carnes bovina e de frango não conseguiu compensar a queda no comércio da carne suína, daí uma queda, também, no comércio global de carnes.
No biênio atual – 2024/2025 – as exportações mundiais das três carnes registraram ganhos, resultado devido não só ao menor custo das rações, mas também – palavras do USDA – “a um número relativamente menor de surtos significativos de doenças nos principais países exportadores”. Mas no caso da carne bovina um terceiro fator influenciou a expansão do comércio: “as robustas importações dos EUA, em decorrência de uma menor produção interna”.
Para 2026 o USDA prevê queda no comércio de carne bovina, por conta de uma oferta mais restrita na Oceania (Austrália), Brasil e EUA. O mesmo deve ocorrer com a carne suína, pois a produção da União Europeia tende a recuar, afetando os volumes disponíveis para exportação. Dessa forma, apenas a carne de frango – “com robusta oferta exportável por parte de Brasil e China” – tem previsão de crescimento.
A ressalvar que as quedas previstas pelo USDA para as carnes bovina e suína envolvem apenas o comércio global. Ou seja: isso não inclui, necessariamente, as exportações brasileiras, em relação às quais há previsão de crescimento para as três carnes.
Por outro lado, a indicação de “oferta robusta” da carne de frango antecipa que dificilmente haverá correção sensível nos preços atualmente praticados no comércio internacional.

























































