Em sua mais recente atualização sobre as perspectivas mundiais de produção e comércio mundiais das carnes bovina, suína e de frango, de julho corrente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) afirma que os números do comércio global permanecem relativamente inalterados em relação à previsão anterior, de abril passado. No entanto – reconhece – o Brasil segue obtendo ganhos de exportação e batendo novos recordes com as três carnes.
Tal constatação – acrescentamos – fica mais clara ao se comparar as projeções mais recentes com as primeiras previsões do USDA para 2023, efetuadas nove meses atrás, em outubro de 2022 (gráfico abaixo).
Em termos globais, as projeções atuais são menores para as carnes bovina (-0,12%) e de frango (-2,41%), aumentando apenas para a carne suína (+2,40%). Já em relação ao Brasil o aumento previsto é geral: de 0,52% para a carne de frango; de 2,52% para a carne bovina; e de 12,36% para a carne suína.
Comentários do USDA no tocante às tendências atuais das exportações brasileiras, quando comparadas àquelas de abril passado:
- Carne bovina: volume revisado em 1%, para 3,1 milhões de toneladas, em função do aumento de produção e da firme demanda chinesa. Os preços brasileiros recuaram de forma significativa em comparação com os dos principais concorrentes, Uruguai e Argentina, sustentando o incremento de embarques para o Sudeste Asiático, América do Sul e Oriente Médio;
- Carne de frango: volume revisado em 2%, para 4,8 milhões de toneladas, com embarques firmes para a Ásia, Oriente Médio e mercados menores de países em desenvolvimento. “Até 12 de julho” (cita o USDA, especificando a data de seu relatório) o Brasil continuava livre do vírus de alta patogenicidade da Influenza Aviária em operações comerciais e, por isso, “não enfrenta restrições como os principais concorrentes”;
- Carne suína: volume exportável foi revisado em 8%, para 1,5 milhão de toneladas, com a maior parte das exportações destinadas aos mercados asiáticos, aqui inclusos robustos embarques com destino à China e Hong Kong.
O USDA conclui seus comentários sobre o Brasil observando que o custo das rações se encontra em queda, o que deve incentivar o aumento da produção e reforçar a competitividade de preços.