O Sistema CNA/Senar promoveu na Blue Zone, um painel com debates sobre transparência e os desafios para a agricultura tropical em relação ao que o país já faz em termos de produção sustentável e redução de emissões de gases de efeito estufa.
O encontro reuniu pesquisadores e setor produtivo para discutir as oportunidades e os desafios de criar metodologias e outros instrumentos para ajudar a mostrar, por meio de métricas e dados oficiais, que a transparência pode dar mais competividade ao agro e reforçar o compromisso do produtor rural com a produção sustentável.
O vice-presidente da Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, fez a abertura do painel e destacou que a agricultura tropical no Brasil tem um papel importante para garantir a segurança alimentar no mundo de forma sustentável e que a transparência é uma aliada nesse processo.
A discussão foi moderada pela pesquisadora Sabrina Borba, da Agroícone, que falou sobre o aumento das expectativas globais por metodologias de transparência, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil como uma potência agrícola e ambiental, dando mais credibilidade ao agro.
Também participaram do painel a pesquisadora Renata Branco, do Centro de Pecuária Sustentável, a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, o pesquisador Gustavo Mozzer, da Embrapa, e do assessor de Relações Internacionais da Fiesp, Marco Caminha.
Para a pesquisadora Renata Branco, na questão da transparência é preciso discutir métricas para consolidar o Brasil como provedor de segurança alimentar para o mundo com redução de emissões em um contexto de crescimento da população mundial.
Na sua avaliação, esse processo pode reafirmar ainda mais a produção do país não apenas como fornecedor de grãos, mas também de proteínas animais, usando tecnologias que consolidem a pecuária como importante contribuinte das soluções climáticas.
De acordo com Paula Parker, chefe-geral da Embrapa Florestas, o país precisa “colocar na mesa” o que faz em termos de sustentabilidade ambiental na agricultura tropical. Neste contexto, ela destacou a união de um conjunto de instituições e do setor produtivo para buscar dados da ciência com o intuito de balizar as discussões.
Ela também enfatizou as iniciativas voltadas para a baixa emissão de carbono, mostrando que esta pode ser uma importante métrica para o setor produtivo apresentar o que faz para promover remoções de gases.
Já para o pesquisador Gustavo Mozzer é necessário discutir transparência levando em conta os indicadores de sustentabilidade, considerando parâmetros como taxonomia para assegurar competitividade ao setor agropecuário e outros segmentos da economia.
Ele também destacou os avanços obtidos nos 30 anos de existência das conferências climáticas, bem como os 10 anos do Acordo de Paris, através do qual os países definiram metas de redução de emissão de gases de efeito estufa.
Na sequência, o assessor de relações internacionais da Fiesp, Marcos Caminha, afirmou que setor privado e governo precisam discutir propostas e metodologias que reflitam o que o agro faz de fato para mostrar suas ações sustentáveis como solução para os problemas climáticos.
Segundo ele, por muitas vezes, iniciativas que reduzam as emissões na agricultura e pecuária nem sempre são exibidas em estatísticas oficiais.












































