Mesmo com alta de preços entre janeiro e fevereiro, de R$ 4,88 o quilo vivo no mês passado para R$ 5,28 no último dia 24, conforme o Cepea/Esalq, a valorização do suíno não está acompanhando o custo de produção observado pelos produtores gaúchos. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, garante que para empatar com os custos o suinocultor deveria estar vendendo o quilo vivo próximo dos R$ 8,00.
“Talvez, se houver alguma recuperação da oferta de milho na segunda safra, o preço do quilo do suíno se aproxime daquilo que o produtor está pagando para produzir. Mas isto só a partir do segundo semestre”, comenta Folador. De acordo com o levantamento semanal do preço dos suínos feito pela Acsurs, o quilo vivo, na sexta-feira, estava em R$ 5,76, maior que o do Cepea. “O preço pesquisado pela Acsurs é mais real que o do Cepea, que utiliza a mesma base de produtores, mas metodologia de cálculo diferente”, esclarece.
O dirigente acredita que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode, comercialmente, tanto prejudicar quanto favorecer o suinocultor. “Se o conflito se estender demais talvez atrapalhe na exportação para a Rússia”, observa. Porém ele não descarta que, caso acumule sanções de países da Europa e Estados Unidos, a Rússia amplie suas compras no Brasil.