Clima positivo para as lavouras e volta das tensões comerciais pesaram no pregão.
Ontem, a segunda-feira (7) chegou ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando fortes movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT).
De acordo com a análise da Agrinvest, o mercado reagiu à ausência de um acordo sólido entre Estados Unidos e China e às ameaças de Trump de impor tarifas de 10% aos países ligados aos BRICS.
Além de toda essa incerteza sobra a demanda chinesa por produtos norte-americanos, o clima segue positivo para as lavouras nos Estados Unidos, com chuvas bem distribuídas e calor na medida certa, fortalecendo as expectativas de uma safra cheia.
O vencimento julho/25 foi cotado à US$ 4,18 com queda de 13,50 pontos, o setembro/25 valeu US$ 4,03 com desvalorização de 16,75 pontos, o dezembro/25 valeu US$ 4,20 com baixa de 16,25 pontos e o março/26 teve valor de US$ 4,37 com perda de 15,50 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (4), de 3,13% para o julho/25, de 3,99% para o setembro/25, de 3,72% para o dezembro/25 e de 3,26% para o março/26.
Mercado brasileiro
Já os preços futuros do milho registraram forças contrárias influenciando as movimentações dos vencimentos na Bolsa Brasileira (B3).
Os analistas da Agrinvest destacam que a forte desvalorização de Chicago trouxe pressão para as cotações da B3, mas a valorização do dólar, que voltou a operar próximo dos R$ 5,50, acabou revertendo o movimento baixista.
“Mesmo assim, os preços no físico estão começando a ficar pressionados, com o mercado precificando uma safrinha recorde e um programa de exportação ainda lento”, aponta a consultoria.
As exportações brasileiras de milho começaram julho com ritmo bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou apenas 120.723,1 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos 4 primeiros dias úteis do mês, o que corresponde a apenas 3,39% do volume exportado em julho de 2024, que foi de 3.553.865,8 toneladas.
A média diária de embarques ficou em 30.180,8 toneladas, uma retração de 80,5% frente às 15.515,9 toneladas/dia úteis registradas no ano passado.
Na visão de Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, o programa de exportação brasileiro segue atrasado refletindo também a lentidão do início da colheita da segunda safra brasileira.
Segundo o analista, alguns contratos que já estavam fechados não foram embarcados devido à falta de disponibilidade de grãos já colhidos. Agora, a expectativa de Rafael é que os embarques possam ganhar ritmo e fechar o mês de julho entre 7 e 8 milhões de toneladas.
No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho teve poucas alterações neste primeiro dia da semana. O levantamento identificou desvalorização somente em Itapetininga/SP.