O produtor de milho em Mato Grosso do Sul desembolsou R$ 8.220,80 por hectare plantado este ano, ou 150% mais ante a safra de inverno passada, conforme análise do Departamento de Economia da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MS). Segundo nota da Aprosoja-MS, só entre setembro de 2021 e março deste ano, a alta foi de 28,8%, considerando-se produtividade média de 78,13 sacas por hectare, ao valor médio de R$ 83,53 por saca.
Os preços dos insumos continuam impulsionando o custo de produção. O fertilizante, responsável pela maior parte da despesa de custeio da lavoura, já subiu 39,44% este ano. Para a economista da Aprosoja-MS, Renata Farias, o atual contexto dos insumos ainda é pautado “pelas incertezas no mercado internacional, motivado pelo aumento considerável dos preços, diante de uma inflação elevada e da guerra da Rússia e Ucrânia”.
Para o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, esses números deixam claro que “o produtor trabalha hoje no limite, muitas vezes com risco de prejuízo, apesar de muitos falarem de ‘lucros altíssimos'”, disse. Renata Farias acrescenta, dizendo que a margem do produtor, de fato, “pode ficar ainda mais apertada”. Segundo ela, para quem comprou insumos ainda em setembro de 2021 ainda há um pequeno lucro de 1,72 saca por hectare, mas, para quem deixou para comprar em 2022, o risco de prejuízo é certo, de pelo menos 20,3 sacas por hectare.
A atual safra em Mato Grosso do Sul atingiu, até o momento, 82,3% de área plantada de milho de inverno, 7,30% superior em relação a igual período no ciclo passado. A área estimada para esta safra é de 1,992 milhão de hectares, considerando uma retração de 12,6% em relação à área semeada com a safrinha em 2020/2021. A produtividade estimada é de 78,13 sacas/ha, gerando uma expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas.